sexta-feira, agosto 31, 2007

Os protestantes do século XXI



Lançamento do livro A mídia nas eleições de 2006, organizado pelo prof. Venício A. de Lima, da UnB e do Observatório Brasileiro de Mídia, se transforma em debate sobre porque a campanha da mída conservadora contra a reeleição de Lula não deu certo.

Data: 31/08/2007
Na noite de 30 de agosto, no Sindicato dos Jornalistas no Estado de S. Paulo, foi lançado o livro (Editora Fundação Perseu Abramo) A mídia nas eleições de 2006, organizado pelo professor Venício A. de Lima, da Universidade de Brasília e consultor do Observatório Brasileiro de Mídia. O livro tem apresentação do professor e mais 11 artigos de especialistas no setor, sobre o papel da mídia nas eleições presidenciais do ano passado. Acompanham o livro alguns anexos: as reportagens publicadas na época pela revista Carta Capital; as explicações do diretor executivo de jornalismo da Central Globo de Jornalismo, Ali Kamel; a carta do repórter Rodrigo Vianna, desligado da Globo naquela época, despedindo-se de seus colegas de trabalho (publicada em primeira mão, depois de circular em mensagens na internete, pela Carta Maior em reportagem de Bia Barbosa); e um mapa das votações no primeiro e no segundo turnos.

Além do prof. Venício, estiveram presentes ao lançamento os autores de artigos Renato Rovai, editor da revista Fórum, autor do capítulo “As muitas derrotas da mídia comercial tradicional”; Marcelo Coutinho, diretor executivo do Ibope Inteligência, co-autor de “Os usos das novas mídias na campanha presidencial de 2006; e Kjeld Jakobsen, presidente do Observatório Brasileiro de Mídia, autor de “A cobertura da míodia impressa aos candidatos nas eleições presidenciais de 2006”.

Além de debaterem o livro e seus artigos, os quatro presentes debateram, entre outras, a pergunta feita por Carta Maior sobre “porque em 2006 a campanha da mídia contra a reeleição de Lula não deu certo”. Carta Maior lembrou das vezes em que campanhas conservadoras na mídia “deram certo”: na eleição de 1989, no golpe de 1964, no de 1954 (revertido pelo suicídio do presidente Getúlio Vargas), até mesmo (como lembrou Rovai) na campanha pelas privatizações, durante o governo de FHC, quando criou-se um clima de que tudo o que era público e estatal eram necessariamente ruim.

Houve colocações muito variadas. Todos concordaram que este é um assunto ainda a ser estudado, e que é impossível dar uma explicação cabal e definitiva. Mas aventaram algumas hipóteses. O prof. Venício lembrou o papel das “lideranças intermediárias”, isto é, os líderes de associações de bairros, ongues, sindicatos, etc., que são, agora, “formadores de opinião” tão importantes quanto aqueles que tradicionalmente se julgam donos da “formação de opinião”, os editorialistas, colunistas de jornais, e comentaristas de tevê. Essas “lideranças intermediárias” têm acesso à internete e a uma série de informações alternativas, antes não ou pouco disponíveis, o que pode ter ajudado a contrabalançar o poder da mídia tradicional.

Kjeld Jakobsen lembrou que de fato a vida das pessoas mais pobres, e de um modo geral, melhorou sob o governo Lula, e que isso levou muitas pessoas a pensarem duas vezes antes de simplesmente aderirem à campanha da mídia contra o governo. Lembrou também que a mídia, de um modo geral, tornou-se mais uniformemente conservadora, descolando-se de muitos de seus leitores tradicionais. Lembrouy por exemplo do tempo em que muita gente de esquerda considerava A Folha de S. Paulo um jornal “oficiosamente” à esquerda no espectro do jornalismo brasileiro, e que isso hoje não acontece mais.

Renato Rovai trouxe à baila a idéia de que, além do contrabalanço de informação disponível, havia o fato de que em 2006, ao contrário de 1989, Lula era governo, e isso lhe dá um poder enorme de também gerar informação, além dos poderes inerentes ao Estado brasileiro. Em sua fala lamentou que o governo não tenha avançado mais no sentido de democratização da mídia, curvando-se à pauta do conservadorismo brasileiro neste campo. O jornalista Carlos Tibúrcio, também presente, respondeu, dizendo que era necessário analisar a “correlação de forças” para entender a posição do governo nestas questões.

Mas a nota mais original do debate ficou por conta de Marcelo Coutinho. Depois de dizer que era necessário reconhecer que, apesar de todas as deficiências, o nível de escolaridade no eleitorado brasileiro tinha aumentado muito de 20 anos para cá, lembrou a situação européia ao fim da Idade Média.

Disse que naquela época o quase monopólio de interpretação religiosa detido pela Igreja Católica Romana na Europa foi quebrado pelo protestantismo. E que para a quebra do monopólio foi fundamental a invenção da imprensa no século XV. Hoje, lembrou ele, estaríamos na mesma situação: a pretensão de monopólio de expressão da “opinião pública” por parte da mídia tradicional foi quebrada pela internete, embora o alcance desta esteja longe de ser universal. Mas tão importante quanto reconhecer essa quebra é reconhecer que os atores convencionais, mídia e partidos políticos, ainda não conseguiram responder de modo conveniente e consistente a esse novo quadro cultural, aferrando-se a seus princípios dogmáticos, tanto no plano das idéias quanto no das formulações.

“Internete é diálogo”, lembrou ele. De fato, algo que anda meio longe da nossa mídia convencional, que está menos para polifonia, mesmo que barroca, e muito mais para o uníssono (e ponhamos sono aí) do cantochão gregoriano (É só uma metáfora provocativa, pessoal. Eu adoro cantochão. Na Igreja ou no concerto, é claro, não na mídia).

Da Carta Maior.

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O Elio Gaspari, O STF e Os Petistas

Na sua coluna de ontem, 29 de agosto, o jornalista Elio Gaspari tece loas ao STF, o Supremo Tribunal Federal, e em especial ao ministro relator do caso chamado de "mensalão", pelo tribunal ter acolhido a denúncia do Procurador Geral da República, Antonio Fernando de Souza, contra altos dirigentes de partidos de sustentação da base do Governo Federal, alguns ex-ministros e alguns empresários, num caso que este blogueiro imagina que seja de formação de caixa 2, isto é, financiamento irregular de campanha eleitoral, e desvio de verbas públicas. Mas as acusações e sentenças serão assunto para o Tribunal decidir.
O assunto aqui é o texto de Gaspari. Ele elogia o ministro Joaquim Barbosa, basicamente por dois motivos, uma por ter acolhido as denúncias do procurador, e a outra por se expressar em português acessível à maioria dos brasileiros razoavelmente escolarizados, e não no juridiquês da casta dos estudantes de direito. E de fato seria bom se todos os juízes, promotores, procuradores, enfim advogados em geral, se expressassem em linguagem acessível ao distinto público.
Mas ele comete uma pequena malvadeza no final do texto dele. Comentando que um grupo de petistas estaria organizando um jantar em desagravo aos ex-dirigentes do PT indiciados pelo STF, onde sugestivamente deverá ser servida pizza (embora o tal jantar deva ser feito em uma churrascaria, e, este blogueiro, como porto-alegrense que aprecia churrasco, principalmente os medalhões de picanha, acha um churrasco mais saboroso e menos trivial que pizza, embora admita que algo assim seria mais caro), Gaspari afirma que os membros do partido deverão ser visitados no jantar pelo espectro de generais da ditadura de 1964, que não reconheciam as sentenças proferidas pelo STF, e mesmo cassavam seus juízes. Maldade do Gaspari. Os petistas promotores do jantar podem reclamar dos procedimentos do STF, mas mesmo que chorem, precisarão acolher a sentença do tribunal. E não têm a menor condição de fazer qualquer coisa contra os juízes. Pelo menos assim me parece.

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terça-feira, agosto 28, 2007

Não existe lugar imune ao contágio...

Sem mas e nem porém

Conversei com Cassandra pelo telefone. Desta vez liguei para Esmirna. Pretendia ouvi-la a respeito dos últimos desenvolvimentos da situação neste lado do mundo. Sentenciou de pronto: “Estou preocupada”. “Você está sempre preocupada”, disse eu, “desde a guerra de Tróia”. Esclareceu: “Estou muito preocupada com o estado psicossomático da classe alta do seu país e da classe média com intenções de alpinismo”. Como assim? “É uma questão de quociente de inteligência, antes de partir para outras considerações, sim, há um abalo econômico mundial, o Brasil corre o risco de crescer muito menos do que esperava, e o que esperava já era insuficiente. Mas o meu primeiro sentimento negativo diz respeito à confusão mental reinante do País”. “Seja mais específica, por favor”. “É só botar arreparo. Juízes da Suprema Corte deitam falação, advertem a nação contra a instauração do Estado autoritário baseados em meras suspeitas. E nem seria admissível que se pronunciassem daquela maneira se tivessem provas. Isso não é aceitável por parte de juízes, não seria em qualquer lugar do mundo civilizado e democrático. O ministro da Justiça cala-se a respeito e a Polícia Federal só responde por intermédio de sua associação de classe. Renan Calheiros, cercado pelas acusações, em parte confirmadas pelas provas, resiste na presidência do Senado, com o aparente beneplácito do governo. A mídia esbalda-se em sua tentativa de produzir crises e largos setores do Brasil privilegiado, e dos aspirantes ao privilégio, caem na conversa, a revelar ódio de classe, adubado nestes dias por um livro pronto a demonstrar que a elite é o farol da modernidade e o povo o lado mau do país”. “Está bem, você me convence. Mas...” Interrompe: “Não tem mas, nem porém. Isso tudo é fato”. “E prova o que?” “Algo gravíssimo, muito além do besteirol. Mostra a imaturidade crescente, a pobreza do raciocínio, uma síndrome muito próxima da insanidade”.

Do Blog do Mino Carta.

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domingo, agosto 26, 2007

Alma da Geral

Este blog foi citado no blog Alma da Geral, por um comentário que este blogueiro fez lá. A Internet não é ótima?

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O método tucano de governar

O método tucano de governar

Paulo Henrique Amorim
Máximas e Mínimas 635

. Em Ponte Nova, cidade a 180 quilômetros de Belo Horizonte, morreram 25 pessoas numa rebelião numa delegacia de polícia em que havia o dobro dos presos que a lotação comportava.
. O governador Aécio Neves não deu uma única palavra.
. Trancou-se no palácio, despachou com o Secretário de Segurança e fechou o bico.
. É a mesma tecnologia do presidente eleito José Serra que até hoje não abriu o bico para emitir um monossílabo a respeito da tragédia da Linha 4 do metrô, em que morreram seis pessoas.
. É o método tucano de governar: quando há problema, fingir-se de morto.



Do Conversa Afiada, via Blogoleone.


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sábado, agosto 25, 2007

24 de agosto de 2007, 53 anos depois...

53 anos depois do seu suicídio, homenagens são feitas ao presidente Getúlio Vargas, junto ao monumento que reproduz sua carta-testamento, aqui na Praça da Alfândega de Porto Alegre.

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sexta-feira, agosto 24, 2007

Charge do Tacho no Correio do Povo de 24/08/2007

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quinta-feira, agosto 23, 2007

Manifestação de Funcionários dos Correios

Os funcionários dos Correios fizeram uma paralisação hoje, quinta-feira. Também fizeram uma passeata pelo Centro de Porto Alegre, o que causou algum transtorno ao trânsito próximo às avenidas Mauá e Siqueira Campos. Eles estão em campanha por melhores salários e condições de trabalho.




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Assessor do Presidente Pode Estar Envolvido em Desvio de Verbas no Congresso

Calma! Isso não aconteceu. Esta manchete é ficcional. É apenas um exercício de imaginação se tivesse acontecido no governo federal o que aconteceu recentemente no governo do Rio Grande do Sul.
Uma assessora da governadora Yeda Crusius, Santa Izabel Paludo, foi indiciada no desvio de verbas da Assembléia Legislativa estadual, no chamado "escândalo do selo", aonde um funcionário da Assembléia, Ubirajara Macalão, teria superfaturado compra de selos, e desviado parte destes selos. Santa Izabel, antiga funcionária da Assembléia, estava lotada no Gabinete da Governadora, e é ligada ao PHS - Partido Humanista da Solidariedade, pequena agremiação que faz parte da base de apoio à governadora.

Veja mais no RS Urgente, ou no Diário Gauche.



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quarta-feira, agosto 22, 2007

Criança Esperança by Bira

terça-feira, agosto 21, 2007

VARGAS: O RETRATO VOLTA AO LUGAR

VARGAS: O RETRATO VOLTA AO LUGAR

21/08/2007 09:58h

Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 627

. “Ao morrer, Getulio Vargas deixou o Brasil em pleno processo de desenvolvimento, com uma estrutura montada para estimular o capital na forma de empresas públicas, na ausência de capital privado para fazê-lo. Setores essenciais da economia: aço, minério, energia e petróleo, prontos para dar início a um processo de industrialização, em meados do século XX.”

. “Não pensou só no capital, pensou, sobretudo, no trabalho e nos trabalhadores, antes escravos ou semi-escravos de um país que foi o último a libertá-los. Instituiu o salário mínimo e todos os acordos de proteção aos empregados, consolidados na CLT.”

. Esses são trechos do artigo “O empreendedor”, de Celina Vargas do Amaral Peixoto, publicado hoje, na pág. 7 de O Globo.

. Celina é socióloga, formada numa turma excepcionalmente brilhante da Escola de Sociologia da PUC - Rio, dos bons tempos do Padre Ávila. Ela é neta de Vargas.

. O artigo de Celina nasce de “uma vontade de protestar contra a injustiça cometida a homem público, honesto, digno, amado e, sobretudo, com um forte sentimento de servir ao público”.

. No dia 24 de agosto de 1954, Vargas matou-se com um tiro no peito, no Palácio do Catete.

. E com isso adiou por dez anos a tomada do poder pelos militares.

. Reverenciar Vargas – como faz Celina, de forma irretocável – trata-se, hoje, em agosto de 2007, me parece, uma obrigação.

. O PT acha que inventou o trabalhismo.

. Fernando Henrique Cardoso anunciou que ia varrer a herança varguista da História do Brasil - e o que varreu o Brasil foram as três crises que quebraram o Brasil no Governo dele.

. A Teologia da Privatização – a ideologia “in” – não é a favor do “Estado Mínimo”, mas do “Estado Morto”.

. A Teologia da Privatização quer rasgar a CLT.

. São Paulo, a Roma da Teologia da Privatização, gosta do Vargas que conseguia empréstimos do Banco do Brasil para as indústrias nascentes, mas detesta o salário mínimo.

. São Paulo é a única metrópole brasileira que não tem uma avenida com o nome de Vargas.

. E a elite branca (e separatista, no caso de São Paulo) pensa que a Revolução de 32 ganhou ...

. Parabéns, Celina ! Bota o retrato do Velho de novo no lugar !

http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/450001-450500/450455/450455_1.html


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segunda-feira, agosto 20, 2007

Vistos de Entrada

O Correio do Povo deste domingo voltou a falar da isenção de vistos para turistas americanos no Brasil, dando voz à ABIH - Associação Brasileira da Indústria de Hotéis novamente.
A ABIH está no seu papel de defender a sua corporação. Eu não entendo o interesse do Correio do Povo em insistir no assunto.
Recentemente esta questão dos vistos se tornou mais evidente com uma proposta do presidente Bush de permitir a 11 países, o Brasil incluído, que cidadãos possam ficar até 90 dias nos Estados Unidos, sem necessidade de vistos, desde que estes países colaborem na questão de segurança (ou seja, a tal "Guerra ao Terror"). Uma questão a se aguardar, se será para todos, muitos, ou apenas para facilitar aquela minoria afluente, cujo dinheiro abre todas as portas. Sim, porque atualmente, com a reciprocidade do Brasil, um empresário dos Estados Unidos precisa procurar uma representação diplomática do Brasil pessoalmente para pedir visto, como os Estados Unidos exigem dos cidadãos brasileiros.


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Mendelski no Correio do Povo

E a coluna do Rogério Mendelski começou a ser publicada no Correio do Povo, a partir deste domingo.
Pelo ritmo, terei que cancelar minha assinatura.
O Mendelski continua sendo um colunista de quase extrema-direita.
Tenho pelo menos um colega de trabalho que já cancelou a assinatura dele pelo mesmo motivo.

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José Simão na Folha de Sábado, 20/08/2007

JOSÉ SIMÃO

Ivete faz minuto de silêncio em axé!


O Lula foi vaiado de novo! No Rio! Não é Rock in Rio, é VAIA IN RIO! Onde o Lula vai, a vaia vai atrás!

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta!
E olha a manchete: "Bovespa perde fôlego e cai". Bovespa era fumante! E essa: "Namorada do príncipe Harry é operada". O quê? A namorada do príncipe Harry é operada? É traveca? TRAVA REAL! "Voce é mulher? Não, sou operada."
E as celebridades do movimento "Cansei"? Hebe, Ivete, Regina Duarte e Ana Maria Braga! Fazendo um minuto de silêncio. Um minuto só?
Porque dois cansa. Hebe faz um minuto de silêncio, perde o fôlego e cai. Esqueceu a bombinha pra asma.
E a Ivete fez um minuto de silêncio em ritmo de axé. E aos 30 segundos, a Ana Maria Braga perguntou: "Falta muito?". Rarará!
E a Regina só faz um minuto de silêncio quando aplica botox. E aí, depois de 12 horas: "Regina, pode falar". MMMMM. "Pode falar, já acabou." MMMMMM! E a Ana só faz silêncio quando tá tingindo o cabelo: "Fecha a boca que lá vai tinta!".
Rarará!
E um amigo meu prometeu cortar o pingolim na frente da Prefeitura se o Bahamas não abrir. E o meu avô vai tentar o suicídio tomando 40 Viagras encalhados! Rarará!
E um deputado no quinto mandato me disse: "Só de um minuto de silêncio eu já tenho mais de três horas".
E tem o "Cansei" e o "Num Sei".
Encabeçado pelo Lula! E esse nome, "Cansei", é super infeliz. Tinha que ser "Movimento da Fadiga Cívica"!
Tucanaram o "Cansei". Rarará.
E a declaração de uma canseizete: "De manhã eu malho em casa, à tarde eu malho na academia e à noite eu malho o Lula". Rarará!
E o Lula foi vaiado de novo! No Rio! Não é mais Rock in Rio, é VAIA IN RIO! E onde o Lula vai, a vaia vai atrás! Rarará! Vaya con Diós! Rarará.
É mole? É mole, mas sobe! Ou, como diz o outro: é mole, mas só sobe no Bahamas!
Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha heróica e mesopotâmica campanha "Morte ao Tucanês".
Acabo de receber mais um exemplo irado de antitucanês. É que em Araguaina, Tocantins, tem um inferninho chamado Mandiocal! Na falta do Bahamas, apela pro Mandiocal.
Mais direto, impossível. Viva o antitucanês. Viva o Brasil!
E atenção! Cartilha do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. "Silêncio": aquilo que os companheiros fazem pra ouvir vaia. Rarará! O lulês é mais fácil que o inglês. Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje, só amanhã!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1808200703.htm

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Retumbante Aumento de Visitantes

Nos últimos dias, de acordo com o Site Meter, este blog teve um aumento brutal de visitas. Tipo de 30 para 300 visitantes diários. E estes novos visitantes buscam o "post" sobre a senhora Wilma Magalhães, a "socialite" de Brasília que está cumprindo pena por lavagem de dinheiro relacionada à chamada "máfia dos anões do orçamento", do início dos anos 1990.
O que será que esta senhora causa em tanta gente?

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sábado, agosto 18, 2007

Agentes de Saúde Fazem Manifestação em Frente à Prefeitura.

Agentes de saúde comunitária que trabalham (trabalhavam?) no Programa de Saúde da Família fizeram manifestação hoje, no início da tarde, em frente ao Paço Municipal. Os agentes (médicos(as), enfermeiros(as), técnicos(as)) temem que o rompimento da Prefeitura de Porto Alegre, com a FAURGS - Fundação de Apoio à UFRGS, que intermedia os contratos de trabalho, redunde em demissões e prejuízo ao Programa.
A Prefeitura afirma que não reconhece uma dívida que lhe cobra a FAURGS, a título de serviços já prestados, e que deverá buscar convênio com uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP chamada Instituto Solus, de fora do estado, para continuar o Programa.

Fotos abaixo tiradas pelo blogueiro.
Com informações do RS Urgente.




Vereadora Sofia Cavedon manifesta solidariedade aos agentes de saúde.





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Algumas Coisas que Eles Não Cansaram...

- Baixos salários;
- Desigualdade social;
- Sonegadores de impostos (embora digam no seu filmete [abaixo] que cansaram de 'empresários corruptores');
- Lentidão da justiça;
- Execuções de inocentes pela polícia; (*)

(*) Algumas notícias surgem vez por outra sobre alguns agentes de polícia matam inocentes. Para ocultar seus crimes estes maus policiais às vezes "plantam" armas clandestinas nas mãos das vítimas, outras vezes fazem relatos de reação à voz de prisão, ou reação violenta. Veja-se a revista CartaCapital desta semana (edição 457), ou o livro do repórter Caco Barcelos, Rota 66.

Este "post" foi inspirado pelo saite Vi o Mundo.




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Piauí

Este blog se solidariza com o povo do estado do Piauí, contra as declarações do presidente da Phillips do Brasil, e líder do movimento cívico "Cansei", Paulo Zottolo.

(Abaixo a bandeira do estado do Piauí, copiada da Wikipédia).




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sexta-feira, agosto 17, 2007

Isenção

"Como sabemos, isento é aquele cuja opinião coincide com a nossa"



Juremir Machado da Silva, em sua coluna no Correio do Povo de hoje, 16 de agosto.

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Voto

Ainda sobre o Correio do Povo, na página de opinião, o Prof. Dr. Deoclécio Galimberti assina um texto em que comenta as virtudes do voto, e de como esta virtude precisa ser bem aproveitada.
O texto tem ampla citação do General Olympio Mourão Filho, 'Ponha-se na Presidência qualquer medíocre, louco ou semi-analfabeto e, 24 horas depois, a horda de aduladores estará à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem e de que tudo o que faz está certo. Em pouco tempo, transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um primário em um estadista. E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso'. O general Mourão Filho, como se sabe, foi o "disparador" do Golpe de Estado que depôs o presidente João Goulart em 1964. Além disso, na sua juventude, foi o inventor de um tal Plano Cohen, uma farsa que alegava que uma nova tentativa de levante comunista estava em gestação no Brasil, na década de 1930, e que acabou servindo de justificativa para a ditadura do Estado Novo, em 1937. E se considerava um grande democrata. Claro, desde que a idéia de democracia dos outros se adequassem à dele.
No final do texto, o professor doutor admoesta para que o voto seja exercido com consciência, para depois não nos arrependermos.
Fiquei pensando com os meus botões se o ilustre professor doutor não estaria nos informando, que, dependendo de quem elegermos , haveria pessoas mais capazes (quem sabe professores doutores?) do que os eleitores para saber quem deve ser eleito.

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Chávez e as Infinitas Chances de Reeleição

O editorial do Correio do Povo desta quinta-feira, 16 de agosto, condena a proposição do presidente Hugo Chávez, da Venezuela, de enviar proposição à Assembléia Nacional daquele país de reforma constitucional que lhe permitirá candidatar-se infinitas vezes à presidência.
Este blog discordou da proposição do presidente Chávez antes.
Há que se discordar do editorial do jornal gaúcho em duas coisas. Uma comentando que todos os membros da Assembléia Nacional venezuelana são partidários de Chávez. De fato são, mas porque a oposição partidária resolveu boicotar as eleições parlamentares, para melar novamente o jogo político na Venezuela, e, talvez, tentar outro golpe de Estado. O tiro saiu pela culatra. Partidários de Chávez se elegeram, e até o fim da atual legislatura venezuelana a oposição de Chávez no parlamento venezuelano será apenas de uma ou outra dissidência.
A outra coisa é que o Correio do Povo diz que a Suprema Corte venezuelana está na mão de Chávez. Até pode ser que os atuais membros da Corte tenham sido todos (na verdade este blogueiro não sabe quantos são os juízes, nem quando foram nomeados) nomeados por Chávez. Mas a Suprema Corte venezuela recentemente rejeitou moções do governo no sentido de ter proibir a transmissão do sinal da RCTV por cabo e satélite.

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quinta-feira, agosto 16, 2007

Enturmação By Kayser



Do Kayser, via Blogoleone.

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terça-feira, agosto 14, 2007

Infinitas Reeleições?

A BBC Brasil informa que o presidente Hugo Chávez, da Venezuela, deve encaminhar à Assembléia Nacional de lá um projeto de reforma da constituição que deverá permitir a ele candidatar-se quantas vezes quiser à reeleição presidencial, sem se desincompatibilizar do exercício do cargo.
Desde já este blog informa que é contra, e isso não é de hoje.
Não que isso importe muito, afinal este blogueiro não é cidadão venezuelano.
Mas sempre volta à mente aquela famosa citação dos chamados pais fundadores dos Estados Unidos da América: "o poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente". Embora este este blogueiro reconheça a legitimidade do presidente Hugo Chávez, que já venceu duas eleições presidenciais, mais um "recall", é preciso reconhecer que quanto mais ele permanecer no poder, mais estará tentado a exercer o poder absoluto. Se o projeto de nação que ele oferece aos venezuelanos for realmente bom, este projeto poderá progredir pela liderança de outro político bolivariano.

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segunda-feira, agosto 13, 2007

Blogosfera: Uma Provocação do Estadão

O jornal O Estado de São Paulo, vulgo Estadão para os íntimos, resolveu divulgar uma campanha publicitária para, digamos, detonar a Blogosfera.
Com um filmezinho, e algumas imagens, o jornalão insinua, no limite, que os blogueiros nada mais são que macacos, que ficam copiando conteúdos de um lado para o outro, e que não são fonte abalizada de notícias ou informações (veja um texto bem interessante no Brainstorm#9).
Eu fiquei sabendo do assunto por um comentário que a Luma fez no Voltas em Torno do Umbigo. A partir do comentário dela fui pesquisar o Sr. Google, e cheguei no Brainstorm#9 aí de cima.
Aí é claro que a celeuma veio. O Palanque do Blackão denunciou o Estadão, e o César logo repercutiu no Blogoleone.
Mas é claro que isso é só uma provocação. O Pedro Dória, um dos decanos da blogosfera brasileira, trabalha justamente no Estadão. E obviamente os redatores do Estadão sabem que a blogosfera é um mundo. Há diários, crônicas, tecnologia, enfim uma infinidades de tópicos, pois os blogs acabaram por dar voz a muitos profissionais gabaritados que queriam se expressar e não podiam. Então repetindo: uma provocação.
A menos que o Estadão esteja incomodado com o barulho que a blogosfera vem fazendo, como crítica e contraponto aos jornais tradicionais. Mas isso é difícil de acreditar.

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domingo, agosto 12, 2007

O pessimismo contra a esperança

Do blog do Luís Nassif.

O pessimismo contra a esperança

Coluna Econômica – 03/08/2007

Dizem que as guerras são o principal motor do nacionalismo. No final do século 19 e início do século 20, os Estados Unidos se converteram em nação – e em potência – guerreando. Enfrentaram espanhóis, mexicanos, ingleses. Depois, ajudaram na vitória aliada na 1ª Guerra. No Brasil, mesmo sem guerra, a figura do “inimigo externo” ou do “inimigo interno” sempre foi invocada em diferentes ocasiões, para fortalecer governos ou oposição.

Não se recomenda guerra para unir nações. Nos EUA, além da guerra, uma espécie de missão histórica, defendida por pregadores religiosos, em muito contribuiu para o expansionismo americano. Invadiam-se países em nome da civilização. Por mais pérfido que pudesse soar, no plano interno funcionava.

***

Não é, nem jamais será o caso do Brasil. Mas urge encontrar bandeiras políticas que unam o país. A cada dia que passa, mais se amplia a radicalização e o fosso separando dois países: um sob influência da mídia; outro sob influência do lulo-petismo e do forte sentimento anti-mídia da população. É um jogo de perde-perde, em que os únicos vitoriosos são os oportunistas dos dois lados.

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Em que pese melhorias na atividade econômica, o país continua sem rumo, tanto do lado do governo quanto da oposição. Se Lula tivesse montado uma política econômica imprudente, a economia poderia ter degringolado. Mas sua falta de coragem para montar uma política econômica pró-ativa fez a economia patinar. Agora, se comemora 4,5% de possibilidade de crescimento, contra 8% de crescimento, em média, dos países emergentes.

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Nos últimos anos, em segmentos selecionados da opinião pública, sedimentaram-se convicções firmes sobre os rumos do desenvolvimento. Há valores bastante claros, como a questão da gestão e da qualidade, da pesquisa e desenvolvimento, o papel da inovação, a ênfase na educação, as políticas sociais, as novas possibilidades abertas pela agroenergia, os caminhos da integração continental.

Mas tudo isso se perde nesse imensa zorra em que se transformou a discussão política, nessa radicalização que não poupa ninguém, nem país, nem a racionalidade, nem governo, nem mídia.

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Se a intenção for 2010, é tiro no pé. O país radicalizado no governo Lula, persistirá radicalizado em qualquer outro governo que venha a sucedê-lo. A dificuldade que FHC encontrou com a oposição, Lula está encontrando e seu sucessor encontrará. E como se sai desse atoleiro? E como se une o país em torno de uma agenda comum?

É uma sinuca de bico. Do lado do governo, há iniciativas pontuais louváveis em algumas áreas. Mas nada que permita compor uma agenda de nação, capaz de ser percebida por todos os setores.

Do lado da mídia, uma radicalização absurda e fora de época. Começou com pelo menos três anos e meio antes da hora. O que se vai fazer? Manter durante todo esse período o fogo aceso?

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Se houvesse lideranças responsáveis dos dois lados – governo e oposição – a esta hora estariam negociando uma trégua, um pacto em torno de objetivos comuns. Sem isso, o pessimismo irá vencer a esperança.

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quinta-feira, agosto 09, 2007

Wilma Magalhães

A revista Veja desta semana traz em sua entrevista nas iniciais páginas amarelas, a "socialite" Wilma Magalhães.
Não que a entrevista em si, diga alguma coisa importante, pelo menos para este blogueiro.
O que chama a atenção é que esta senhora está cumprindo pena (atualmente em albergue, no regime semi-aberto) de seis anos, condenada por lavagem de dinheiro, relacionada aos desvios do orçamento, assunto que foi alvo de uma CPI no início dos anos 1990, e cujo principal protagonista acabou sendo o falecido deputado federal João Alves, aquele que afirmou que ficou rico ganhando em loterias, "com a ajuda de Deus".
É algo curioso. A sra. Wilma Magalhães cumpre pena por lavagem de dinheiro, daquela época. É uma pessoa de posses. Pelo que foi possível entender possui uma financeira. Está presa e condenada. Ou seja, existe algum rico que vai para a cadeia (bem, talvez alguém diga que ela não é rica, mas classe média alta. Tudo é uma questão de ponto de vista. Este blogueiro não comprou e vendeu um Grand Cherokee como ela informa na entrevista. Ela é bem mais rica que o blogueiro!).


Em tempo: o blogueiro não está com inveja das posses da Sra. Wilma Magalhães, nem com ódio dela ser rica. Esta nota só veio à existência porque o blogueiro constatou que alguém de posses também pode ser preso, julgado e condenado.


Ainda em tempo: a Sra. Wilma Magalhães comenta na entrevista que resolveu cumprir a pena que lhe foi imposta em lugar de gastar (provavelmente muito) mais dinheiro com advogados, em recursos e chicanas.

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Das Crônicas do Heuser: Eterno Lamento

Eterno lamento

Por Paulo Heuser

Banshee é um tipo de fada, segundo a mitologia celta da Irlanda. A mitologia escocesa tem as Bean Nighe. Ninguém lá desejava vê-las, pois anunciavam a morte, segundo as lendas. As Banshee anunciavam o número de dias de vida que restavam através de seus gritos de lamento, ouvidos a longa distância. Dois gritos, dois dias. Um grito apenas, não passava daquela noite.

As Banshee também atuavam como carpideiras, mulheres que choravam profissionalmente a morte de alguém. No caso das Banshee, no entanto, não eram pagas. Devido a alguma forma de estratificação social fúnebre, essas fadas só podiam lamentar a morte de entes das cinco maiores famílias irlandesas: O'Neill, O'Brien, O'Connor, O'Grady e Kavanagh. Cada uma dessas famílias contava com a sua própria fada, para lamentarem suas perdas. Os lamentos tornavam-se especialmente prolongados quando morriam marinheiros, cujos restos mortais não eram localizados imediatamente. A falta do corpo prolongava o sofrimento dos familiares e amigos, pois adiava o encerramento de uma fase da passagem. A vida dos que ficaram só continuava após os rituais de sepultamento. Apesar de não diminuir a falta, o enterro permitia que a vida dos demais continuasse. A morte por si só já é traumática. Da morte prematura, o que dizer?

Em outras regiões da Europa, surgiram as carpideiras profissionais, mulheres contratadas para chorar nos cerimoniais fúnebres. Recebiam dinheiro ou coisas de uso pessoal do falecido. As carpideiras choravam as lágrimas da oportunidade, pois nada sentiam em relação a quem foi e a quem ficou. Porém, como grandes atrizes, sabiam expressar o sofrimento com maestria. Seu choro era um negócio, um serviço como qualquer outro. O desaparecimento dos restos mortais de alguém se configurava como oportunidade de auferir ganhos adicionais, pois era possível chorar por mais tempo. A intensidade do lamento destacava a carpideira, aumentado a procura pelos seus serviços. Como aconteceu com outras estranhas profissões, toleradas pelas nossas organizações sociais, as carpideiras evoluíram ao longo dos séculos e milênios. Hoje ninguém encontrará anúncios dos serviços das carpideiras. Aliás, hoje se confundem em gênero, não mais se limitando a profissão às mulheres. Hoje há carpideiros, talvez até em maior número.

As conjunções das falhas institucional, do aeroporto com pista de aeroclube e do avião perneta abriram um mercado fantástico para as novas carpideiras. Estas não recebem mais em espécie nem em objetos das vítimas. Recebem em exposição da imagem. Aqui, aparentemente, as novas carpideiras se originam nas grandes famílias dos O'Governo e dos O'Posição, digladiando-se em intermináveis lamentos de acusações mútuas.

www.pauloheuser.blogspot.com

www.sulmix.com.br




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terça-feira, agosto 07, 2007

Magistério em "Estado de Greve"

Crônica do Juremir Machado da Silva, no Correio do Povo (para assinantes), nesta terça-feira, 7 de agosto:

Magistério em "Estado de Greve"

Professores da rede estadual do Rio Grande do Sul, depois de uma assembléia no Gigantinho, na última sexta-feira, declararam-se em 'estado de greve'. É um alerta. Velha questão. Dificilmente se encontrará categoria mais maltratada historicamente que a dos professores do ensino público fundamental e médio. Talvez esse seja o maior paradoxo da sociedade brasileira, sem que os gaúchos possam se orgulhar de fazer diferente: homens e mulheres responsáveis pela formação dos cidadãos do futuro vivem condenados a salários miseráveis e a condições de trabalho no limite do deplorável. Basta dizer que os professores reivindicam um piso salarial de R$ 468,00. É nada. Quem pode comprar um bom livro ou ir ao cinema ganhando uma fortuna dessas? Como ter cultura para dar cultura? Mesmo que existam faixas salariais e ganhos diferenciados conforme o plano de carreira, a situação é dramática.

Claro que os professores dos filhos da turma dos camarotes - a elite de cada cidade e Estado - não ganham tão pouco em escolas privadas. Os governantes aplicam sempre o mesmo discurso que mescla incompetência, impotência e hipocrisia: o Estado não tem recursos para pagar melhor os seus docentes. Esse pragmatismo de ocasião encobre uma verdade que ultrapassa todos os governos: a sociedade não parece muito interessada em colocar o ensino público básico como prioridade. Aplica-se, então, a política educacional popularmente conhecida como 'empurrar com a barriga'. Parte da mídia, normalmente conservadora, sempre que há uma greve do magistério compra os argumentos do poder e entra no jogo do 'não prejudiquem os nossos filhos com a interrupção das aulas'. As más línguas juram que a recompensa vem com muita publicidade oficial.

O dilema dos professores é que eles são muitos e destinados a tarefas irrisórias como alfabetizar as crianças e ajudar a incutir-lhes bons valores e conhecimentos. Nada que mereça um salário muito melhor ou uma reorganização radical das prioridades sociais de maneira a oferecer-lhes um novo padrão de vida. A secretária de Educação, Mariza Abreu, teve uma idéia genial: recriar as chamadas classes multisseriadas e aumentar o número de alunos em sala de aula para até 50. Significa, na prática, ter alunos de várias séries numa mesma sala. É uma maneira extraordinária de resolver o problema da falta de professores. A isso certamente se chama reengenharia pedagógica. Ou aviltamento do ensino. Graças a esse malabarismo, o Rio Grande do Sul poderá reencontrar a sua tradição de celeiro do Brasil e transformar-se numa imensa escola rural, com um professor polivalente e muito bem pago enfrentando estudantes de idades e níveis de conhecimento muito diferentes. Em março, num almoço, a secretária perguntou ao ex-ministro francês da Educação Luc Ferry, o que ele achava das classes multisseriadas. O filósofo respondeu que era algo praticado no seu país, quando ele era criança, nas escolas rurais com pequeno número de alunos e grande carência de professores.

Por fim, afirmou que isso, no seu entender, era pedagogicamente ultrapassado. Aposto que a secretária quer o melhor para o Rio Grande do Sul. O melhor significa pagar salários decentes aos professores. Eu nunca vi um grupo de empresários, liderados pela OAB de algum Estado, bancar uma campanha chamada 'cansei da penúria dos professores'.



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segunda-feira, agosto 06, 2007

Aula de Racismo

Este vídeo veio da Periferia do Império. Mostra uma apresentadora da Televen destilando todo o seu preconceito, num programa de, digamos, variedades.
Mais informações na Periferia do Império.

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domingo, agosto 05, 2007

Partidarização

O editorial do jornal Correio do Povo deste sábado passado, dia 4 de agosto, critica a partidarização em que foi transformado o acidente aéreo do dia 17 de julho, com o vôo JJ3054, da TAM. O jornal deplora que desde o início tenham se formado dois pólos em torno do acidente, um a favor do governo, e outro em torno da oposição, de maneira que o sofrimento humano decorrente da tragédia acabou ficando em segundo plano.
Curiosamente, ou invariavelmente, o jornal não aponta o papel da grande imprensa na tal partidarização. A grande imprensa jogou ao lado da candidatura tucana em 2006, e não reconheceu, nem o seu papel nas eleições, nem na sua própria derrota. Agora, fica procurando problemas para "sangrar" o governo federal, verbo que tem sido mais usado.
É isso aí.

Abaixo, cópia do editorial:

O VÔO CEGO DA CLASSE POLÍTICA


A guerra de versões que se estabeleceu no âmbito da comissão constitui um ônus indevido a ser suportado pelos familiares das vítimas e pela Nação, consternada com o trágico acontecimento. É de despertar incredulidade que um infortúnio dessa magnitude possa servir como pano de fundo de injunções partidárias, secundarizando o luto e a dor da perda.

Na apuração do episódio, estabeleceram-se dois pólos. Num está o governo, vendendo a versão de falha humana. Noutro, a oposição, buscando isentar os pilotos e atribuir o acidente a problemas mecânicos ou a defeitos na pista. A versão da falha humana é cômoda para o governo, pois retira total ou parcialmente sua responsabilidade objetiva no acidente, uma vez que é o encarregado da fiscalização das aeronaves e da infra-estrutura dos aeroportos. Por sua vez, a oposição, ao optar pela versão de defeitos no avião ou na pista, pode cobrar do governo suas ações preventivas, gerando-lhe um desgaste.

Desgraçadamente, as paixões políticas estão atropelando a apuração técnica. Quem é do ramo sabe que leva meses para uma investigação responsável e, mesmo assim, não obstante feita por órgãos e autoridades com conhecimentos especializados, nem sempre se pode apontar uma única causa. Por isso, é pura irresponsabilidade dos congressistas o aventamento de meras hipóteses apenas porque elas lhes são favoráveis do ponto de vista partidário ou político.

A maneira como o Congresso e o governo vêm tratando a questão do acidente aéreo com o avião da TAM tem causado desconforto e desconfiança em organismos internacionais. Há, inclusive, possibilidade de sanções virem a ser aplicadas ao país por conta da conduta verificada por órgãos públicos com atribuições na área e por parlamentares. É de se lamentar que o que deveria ser uma oportunidade de se tomarem medidas preventivas, para evitar que outros brasileiros paguem com a vida a inércia no gerenciamento, sirva para movimentar interesses escusos, com motivações menores, num vale-tudo sensacionalista.

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Leituras e Opiniões : Blog de Josias publica cartunista Glauco

Glauco a respeito do "Cansei" no Leituras e Opiniões do Luis Favre, que por sua vez pegou do blog do Josias de Souza.

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sábado, agosto 04, 2007

Como resolver a crise aérea...

A figurinha que está no "post" abaixo foi recebida pelo correio.
Fui conferir o tal TV Biruta, mas eles pegam no pé de todo mundo, assim não são apenas anti-PT. Mas quem montou certamente é.
Se o problema do caos aéreo fosse culpa dos políticos do governo, ia faltar muita gente. Os Airbus A-320, por exemplo, foram autorizados a pousar em Congonhas pelo antigo DAC, o Departamento de Aviação Civil, ainda no governo FHC. Ele não deveria estar também no avião?

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Como resolver a crise aérea... (Com as Bênçãos de Diogo Mainardi)...


Diogo Mainardi ouviu a TV Biruta e.... também recomendou !

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Enquanto isso, em Porto Alegre...



By Kayser.

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sexta-feira, agosto 03, 2007

RCTV Mantém Transmissão por Cabo e Via Satélite para a Venezuela

A notícia saiu no Correio do Povo de hoje, 2 de agosto. A RCTV pode manter suas transmissões por cabo e satélite para a Venezuela, pois a Suprema Corte do país declarou que não legislação que exija televisões por assinatura tenham que se registrar no país.
O "ditador" Hugo Chávez não pôde impedir as transmissões. Que ditador fraco este...

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Agências Reguladoras

Ontem (01/08/2007) no jornal Correio do Povo, o comentarista Armando Burd comentou que as agências reguladoras (ANAC, ANATEL, ANEEL, ANTT, ...) falhavam em suas missões devido às indicações políticas para os cargos de direção.
Ouso discordar do jornalista do Correio do Povo. O problema não é a nomeação política. O problema é a "captura" das agências por quem elas deveriam regular. A primeira "agência" foi o Banco Central, cujos diretores são em sua maioria economistas, vindos do mercado financeiro, ou funcionários de carreira do próprio banco. Pos a impressão que temos de uns tempos para cá é que o Banco Central parece servir mais aos interesses dos bancos do que dos correntistas. A impressão é a mesma com a ANATEL, que parece mais preocupada com as operadoras de telefonia do que com os clientes destas.
Não foi nada diferente disso o que o próprio Correio noticiou quando o presidente da ANAC, Milton Zuanazzi afirmou que a agência deveria trabalhar para que os aviões lotassem.

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quinta-feira, agosto 02, 2007

Fazenda Coqueiros

A fazenda Coqueiros é notícia novamente no Correio do Povo, desta quarta-feira, dia primeiro de agosto.
Segundo o jornal, fiscais do INCRA, estiveram na fazenda para confirmar depredação de parte da reserva de mata nativa da fazenda, possivelmente feita por membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, o MST.
Mas a notícia não é o mote deste "post".
O motivo principal deste "post" foi que ontem eu recebi a visita, e o comentário de um certo Sr. Paulo Guerra (seria ele um dos proprietários da fazenda?). (É possível ver o "post" e o comentário clicando aqui). No seu comentário o Sr. Paulo Guerra me recomenda não ficar escrevendo asneirices (ele me chamou de asno, ou distingue "o pecado" do "pecador", isto é, um homem pode escreves asneiras sem se tornar um asno completo?), pois eu estava escrevendo sobre o que não conhecia nem sabia. Concordo que não conheço a situação "in loco" da Fazenda Coqueiros, mas o "post" original estava comentando uma notícia do Correio do Povo. Não estava informando nada, apenas "palpitando". O mais curioso é que neste "post" eu comentava que, uma vez que dirigentes do MST reconheciam que a Fazenda Coqueiros era produtiva, mas era muita terra para um proprietário só, o MST estava abusando ao pleitear terra que estava produzindo, para dividir entre famílias que produziriam menos.
Talvez ele estivesse chateado com o outro "post" sobre a Fazenda Coqueiros, onde eu criticava o posicionamento do coronel Walter Cerutti, da Brigada Militar, pois este se colocava antecipadamente ao lado dos donos da Fazenda. Este "post", em que critico o coronel Cerutti é anterior ao "post" em que defendo o direito à propriedade, e nele eu falo em "burguesia latifundiária". Burguesia latifundiária por hipótese, não por individualização. A hipótese neste caso é do estado defender primariamente os desejos dos proprietários de terra, como está dito lá, que pensaria um marxista ortodoxo.
Por fim, foi uma experiência interessante este comentário que recebi ontem. Os "posts" originais são de maio e junho de 2006, têm mais de um ano, portanto. E ontem foram "descobertos" digamos assim, e respondidos.
Isto me fez lembrar um texto que recebi uma vez de um colega, que expunha algo como "Como persuadir a si mesmo a NÃO escrever um blog": lá pelas tantas, o texto dizia que aquilo que eu disse uma vez, num determinado momento, num determinado contexto, estaria disponível para sempre para quem quisesse pesquisar minha vida pregressa. Aí está.

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O Latuff e a Liberdade de Expressão

Pela charge abaixo, o Latuff foi intimado pela delegada Valéria de Aragão Sádio, da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra Propriedade Imaterial, a "prestar esclarecimento". A delegada deve ter os seus motivos, mas isso parece tentativa de intimidação.
Mais no CMI - Centro de Mídia Independente. E em outros sítios pela Internet.


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