O pessimismo contra a esperança
Do blog do Luís Nassif.
O pessimismo contra a esperança
Coluna Econômica – 03/08/2007
Dizem que as guerras são o principal motor do nacionalismo. No final do século 19 e início do século 20, os Estados Unidos se converteram em nação – e em potência – guerreando. Enfrentaram espanhóis, mexicanos, ingleses. Depois, ajudaram na vitória aliada na 1ª Guerra. No Brasil, mesmo sem guerra, a figura do “inimigo externo” ou do “inimigo interno” sempre foi invocada em diferentes ocasiões, para fortalecer governos ou oposição.
Não se recomenda guerra para unir nações. Nos EUA, além da guerra, uma espécie de missão histórica, defendida por pregadores religiosos, em muito contribuiu para o expansionismo americano. Invadiam-se países em nome da civilização. Por mais pérfido que pudesse soar, no plano interno funcionava.
***
Não é, nem jamais será o caso do Brasil. Mas urge encontrar bandeiras políticas que unam o país. A cada dia que passa, mais se amplia a radicalização e o fosso separando dois países: um sob influência da mídia; outro sob influência do lulo-petismo e do forte sentimento anti-mídia da população. É um jogo de perde-perde, em que os únicos vitoriosos são os oportunistas dos dois lados.
***
Em que pese melhorias na atividade econômica, o país continua sem rumo, tanto do lado do governo quanto da oposição. Se Lula tivesse montado uma política econômica imprudente, a economia poderia ter degringolado. Mas sua falta de coragem para montar uma política econômica pró-ativa fez a economia patinar. Agora, se comemora 4,5% de possibilidade de crescimento, contra 8% de crescimento, em média, dos países emergentes.
***
Nos últimos anos, em segmentos selecionados da opinião pública, sedimentaram-se convicções firmes sobre os rumos do desenvolvimento. Há valores bastante claros, como a questão da gestão e da qualidade, da pesquisa e desenvolvimento, o papel da inovação, a ênfase na educação, as políticas sociais, as novas possibilidades abertas pela agroenergia, os caminhos da integração continental.
Mas tudo isso se perde nesse imensa zorra em que se transformou a discussão política, nessa radicalização que não poupa ninguém, nem país, nem a racionalidade, nem governo, nem mídia.
***
Se a intenção for 2010, é tiro no pé. O país radicalizado no governo Lula, persistirá radicalizado em qualquer outro governo que venha a sucedê-lo. A dificuldade que FHC encontrou com a oposição, Lula está encontrando e seu sucessor encontrará. E como se sai desse atoleiro? E como se une o país em torno de uma agenda comum?
É uma sinuca de bico. Do lado do governo, há iniciativas pontuais louváveis em algumas áreas. Mas nada que permita compor uma agenda de nação, capaz de ser percebida por todos os setores.
Do lado da mídia, uma radicalização absurda e fora de época. Começou com pelo menos três anos e meio antes da hora. O que se vai fazer? Manter durante todo esse período o fogo aceso?
***
Se houvesse lideranças responsáveis dos dois lados – governo e oposição – a esta hora estariam negociando uma trégua, um pacto em torno de objetivos comuns. Sem isso, o pessimismo irá vencer a esperança.
O pessimismo contra a esperança
Coluna Econômica – 03/08/2007
Dizem que as guerras são o principal motor do nacionalismo. No final do século 19 e início do século 20, os Estados Unidos se converteram em nação – e em potência – guerreando. Enfrentaram espanhóis, mexicanos, ingleses. Depois, ajudaram na vitória aliada na 1ª Guerra. No Brasil, mesmo sem guerra, a figura do “inimigo externo” ou do “inimigo interno” sempre foi invocada em diferentes ocasiões, para fortalecer governos ou oposição.
Não se recomenda guerra para unir nações. Nos EUA, além da guerra, uma espécie de missão histórica, defendida por pregadores religiosos, em muito contribuiu para o expansionismo americano. Invadiam-se países em nome da civilização. Por mais pérfido que pudesse soar, no plano interno funcionava.
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Não é, nem jamais será o caso do Brasil. Mas urge encontrar bandeiras políticas que unam o país. A cada dia que passa, mais se amplia a radicalização e o fosso separando dois países: um sob influência da mídia; outro sob influência do lulo-petismo e do forte sentimento anti-mídia da população. É um jogo de perde-perde, em que os únicos vitoriosos são os oportunistas dos dois lados.
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Em que pese melhorias na atividade econômica, o país continua sem rumo, tanto do lado do governo quanto da oposição. Se Lula tivesse montado uma política econômica imprudente, a economia poderia ter degringolado. Mas sua falta de coragem para montar uma política econômica pró-ativa fez a economia patinar. Agora, se comemora 4,5% de possibilidade de crescimento, contra 8% de crescimento, em média, dos países emergentes.
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Nos últimos anos, em segmentos selecionados da opinião pública, sedimentaram-se convicções firmes sobre os rumos do desenvolvimento. Há valores bastante claros, como a questão da gestão e da qualidade, da pesquisa e desenvolvimento, o papel da inovação, a ênfase na educação, as políticas sociais, as novas possibilidades abertas pela agroenergia, os caminhos da integração continental.
Mas tudo isso se perde nesse imensa zorra em que se transformou a discussão política, nessa radicalização que não poupa ninguém, nem país, nem a racionalidade, nem governo, nem mídia.
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Se a intenção for 2010, é tiro no pé. O país radicalizado no governo Lula, persistirá radicalizado em qualquer outro governo que venha a sucedê-lo. A dificuldade que FHC encontrou com a oposição, Lula está encontrando e seu sucessor encontrará. E como se sai desse atoleiro? E como se une o país em torno de uma agenda comum?
É uma sinuca de bico. Do lado do governo, há iniciativas pontuais louváveis em algumas áreas. Mas nada que permita compor uma agenda de nação, capaz de ser percebida por todos os setores.
Do lado da mídia, uma radicalização absurda e fora de época. Começou com pelo menos três anos e meio antes da hora. O que se vai fazer? Manter durante todo esse período o fogo aceso?
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Se houvesse lideranças responsáveis dos dois lados – governo e oposição – a esta hora estariam negociando uma trégua, um pacto em torno de objetivos comuns. Sem isso, o pessimismo irá vencer a esperança.
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