Pressão internacional adia enforcamento de condenada no Irã
O enforcamento da pintora iraniana Delara Darabi, 23 anos, condenada à pena de morte foi adiado nesta segunda-feira. A execução dela estava prevista para hoje, mas foi remarcada para daqui a 2 meses, informou o Comitê de Direitos Humanos do Irã.
O adiamento foi ordenado pelo mais alto representante do judiciário iraniano, o aiatolá Mahmud Hashemi Shahroudi, após a "massiva atenção nacional e internacional" que o caso despertou.
"A atenção nacional e internacional que o caso de Delara levantou foi decisiva para as autoridades decidirem não seguir adiante com o enforcamento hoje", disse o porta-voz da comissão, Mahmud Amiry-Moggaddam.
O caso
Delara Darabi tinha 17 anos de idade quando foi presa no Irã. Foi acusada de ter matado com uma punhalada a prima de 58 anos de idade. Respondeu, também, por furto na casa da prima morta e por manter relacionamento sexual com o namorado Amir Hossain de 19 anos de idade: no Irã, sexo só com o casamento e a adúltera recebe pena capital.
Hoje, Delara Darabi está com 23 anos. Continua presa desde os crimes consumados em 2005. Hoje, seria enforcada por ter sido considerada autora da punhalada, com intenção de matar. Ela nega o crime.
Pelo furto e intimidade com o namorado, cumpriu pena de 3 anos de cadeia. Recebeu, em público, 50 chicotadas pelo furto e mais 20 pelas relações amorosas com o namorado.
Ela disse que confessou quando presa para "salvar" o namorado da pena de morte. Frisou que imaginava, pelos seus 17 anos, que não seria condenada à morte. Errou nos cálculos pois a responsabilidade criminal no Estado teocrático do Irã começa aos 15 anos de idade para homens e 9 anos para as do sexo feminino.
O crime de homicídio, se consumou em 2005 e a sentença condenatória à pena de morte foi confirmada pela Corte Suprema em 2007. A única chance legal para Delara Darabi seria a família da vítima, - sua prima -, aceitar uma indenização em dinheiro.
O pai da condenada chegou a fazer uma oferta, mas não houve aceitação. Segundo o advogado e as organizações internacionais de defesa de direitos humanos ficou provado nos autos, por laudo pericial oficial e único, que Delara Darabi é inocente. Para os peritos, o golpe de punhal foi desferido por uma pessoa destra. Darabi é canhota.
Notícia do Terra.
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