quarta-feira, julho 28, 2010

Divulgação de documentos sobre o Afeganistão mostram imagem interna da guerra

Divulgação de documentos sobre o Afeganistão mostram imagem interna da guerra



Matthias Gebauer, John Goetz, Hans Hoyng, Susanne Koelbl, Marcel Rosenbach e Gregor Peter Schmitz



Em um desdobramento sem precedente, perto de 92 mil documentos confidenciais relacionados à guerra no Afeganistão foram vazados. A “Spiegel”, o “New York Times” e o “Guardian” analisaram uma série dos documentos mais confidenciais. Os diários de guerra expõem a verdadeira escala da presença militar ocidental – e os problemas que atormentam a Bundeswehr alemã no Hindu Kush.

Um total de 91.731 relatórios dos bancos de dados militares dos Estados Unidos, relacionados à guerra no Afeganistão, estará disponível publicamente na Internet. Nunca antes foi possível comparar a realidade no campo de batalha de forma tão detalhada com o que a máquina de propaganda do Exército americano está divulgando. O WikiLeaks planeja postar os documentos, a maioria confidencial, em seu site.

O jornal britânico “The Guardian”, o “New York Times” e a “Spiegel” checaram o material e compararam os dados com relatos independentes. Todos os três órgãos de imprensa concluíram que os documentos são autênticos e fornecem uma imagem sem retoques da guerra no Afeganistão – do ponto de vista dos soldados que a estão travando.

Os relatórios, de soldados envolvidos no combate em andamento, foram resumidos de forma sucinta e enviados rapidamente. A maioria é de autoria de sargentos – mas alguns foram redigidos por um tenente ocasional em um posto de comando ou analistas do serviço de inteligência militar.

A divulgação dos documentos ocorre em um momento em que os pedidos para retirada das tropas do Afeganistão estão crescendo – mesmo nos Estados Unidos. Na semana passada, representantes de mais de 70 países e organizações se reuniram em Cabul para uma conferência sobre o Afeganistão. Eles asseguraram ao presidente Hamid Karzai que seu país estaria em posição, até 2014, de garantir a segurança utilizando seus próprios soldados e policiais.

Um quadro sombrio


Mas essas demonstrações de otimismo parecem cínicas diante das descrições da situação no Afeganistão fornecidas pelos documentos confidenciais. Quase nove anos após o início da guerra, eles pintam um quadro sombrio. Eles retratam as forças de segurança afegãs como vítimas desafortunadas dos ataques do Taleban. Eles também oferecem uma impressão conflitante da utilização das aeronaves não-tripuladas, notando que as armas americanas milagrosas também são totalmente vulneráveis.

E elas mostram que a guerra no norte do Afeganistão, onde as tropas alemãs estão posicionadas, está se tornando cada vez mais perigosa. O número de alertas sobre possíveis ataques do Taleban na região – alimentados pelo apoio do Paquistão– aumentou dramaticamente no ano passado.

Os documentos oferecem uma janela para a guerra no Hindu Kush –uma que promete mudar a forma como pensamos sobre a violência em andamento no Afeganistão. Eles também serão indispensáveis para qualquer um que busque se informar sobre a guerra no futuro.

Apesar dos repetidos pedidos, a Casa Branca se recusou a fornecer qualquer comentário dentro do prazo para a edição impressa da “Spiegel”. Na noite de sábado, entretanto, um funcionário da Casa Branca forneceu finalmente respostas por escrito para uma seleção de perguntas sobre o conteúdo dos relatórios obtidos, mas se recusou a conceder uma entrevista.

Ben Rhodes, o vice-conselheiro de segurança nacional para comunicações, disse: “Desde que assumiu o cargo, o presidente Obama tem sido muito claro e franco com o povo americano sobre os desafios que enfrentamos no Afeganistão e no Paquistão. O presidente e altos funcionários do seu governo falaram aberta e repetidamente sobre os santuários que existem no Paquistão, a segurança e os problemas de governança no Afeganistão, além das dificuldades que nos esperam. (...) É importante notar que o período refletido nos documentos é de janeiro de 2004 a dezembro de 2009. A guerra no Afeganistão contou com recursos insuficientes por muitos anos. (...) Em 1º de dezembro de 2009, o presidente Obama anunciou uma nova estratégia e novos recursos para o Afeganistão e Paquistão, precisamente por causa da gravidade da situação lá”.

Respondendo à intenção da WikiLeaks de disponibilizar online os documentos, Rhodes disse: “Nós condenamos fortemente a revelação de informação confidencial por indivíduos e organizações, que colocam as vidas de militares americanos e da coalizão em risco e ameaçam nossa segurança nacional”. Ele disse que a WikiLeaks “não fez esforço para contatar o governo dos Estados Unidos a respeito desses documentos, que podem conter informações que colocam em risco as vidas de americanos, nossos parceiros e da população local que coopera conosco”.

Os editores-chefe da “Spiegel”, do “New York Times” e do “Guardian” concordaram que não publicariam informação particularmente sensível do material confidencial – como os nomes dos informantes afegãos das forças armadas americanas ou informação que pudesse criar riscos de segurança adicionais para os soldados estacionados no Afeganistão. Os publishers foram unânimes em sua crença de que há interesse público justificado no material, porque ele fornece um entendimento mais amplo de uma guerra que continua até hoje, após quase nove anos.

A “Spiegel Online” resumiu uma seleção das revelações mais importantes nos dados.

Os membros da Força-Tarefa 373, uma tropa dos soldados de elite americanos que inclui os SEALs da Marinha e membros da Força Delta, recebem suas ordens diretamente do Pentágono e são independentes da cadeia de comando da Força Internacional de Assistência para Segurança (ISAF, na sigla em inglês) no Afeganistão. A missão deles é desativar altos terroristas e talebans, os matando ou capturando.

Por anos, um grande esforço foi feito para manter em silêncio os detalhes de suas missões. Com os vazamentos dos diários de guerra no domingo, entretanto, o trabalho deles passou a ser um segredo aberto.

Os relatórios de missão também oferecem uma informação considerável sobre a lista confidencial de inimigos das tropas da coalizão. A “Lista Priorizada Conjunta de Ações” (JPEL, na sigla em inglês), como é chamada nos círculos militares, contém os nomes de talebans, barões das drogas, fabricantes de bombas e membros da Al Qaeda –cada um com um número de processo e um nível de prioridade. A decisão sobre prender ou matar um alvo frequentemente cabe aos próprios caçadores.

Um total de 84 relatórios sobre ações da JPEL podem ser encontrados entre os milhares de dados. Especialistas consideram um fato que assassinatos intencionais estão ocorrendo na guerra no Afeganistão. Mas nenhum alto oficial militar está disposto a discutir o assunto. Os dados recém divulgados mostram o que unidades como a Força Tarefa 373 estão fazendo a cada noite – e como as coisas podem dar terrivelmente errado.

Um relatório de 17 de junho de 2007, por exemplo, inclui um alerta na segunda sentença que essa operação da FT 373 deve permanecer “protegida”. Detalhes sobre a missão não poderiam ser fornecidos para outros países que contribuem para a ISAF.

A meta era matar um membro proeminente da Al Qaeda, Abu Laith al Libi. As forças especiais suspeitavam que o alto terrorista e vários de seus seguidores estavam presentes em uma escola do Alcorão que os soldados estavam vigiando há dias.

Mas após o impacto de cinco foguetes americanos, em vez de encontrarem Al Libi, as forças em solo descobriram seis crianças mortas nos escombros da escola. Uma outra criança gravemente ferida também foi encontrada, mas não pôde ser salva.

Os documentos recém divulgados não contêm qualquer informação sugerindo que as tropas alemãs estiveram envolvidas em excessos de violência contra a população civil ou em qualquer operação clandestina ilegal. Todavia, elas oferecem uma imagem das forças armadas alemãs, a Bundeswehr, que ainda assim é devastadora, porque descrevem militares alemães que ingressaram no conflito com grande ingenuidade.

Os alemães acharam que as províncias do norte onde seus soldados estão posicionados seriam mais pacíficas em comparação a outras províncias e que a situação permaneceria assim.

Eles estavam errados. Já no final de 2005, a resistência contra a presença de tropas internacionais começou a crescer –os moradores locais ou eram ameaçados pelos talebans e poderosos senhores da guerra ou seu apoio era comprado. O senhor da guerra Gulbuddin Hekmatyar, por exemplo, instigou o combate ao oferecer 100 mil a 500 mil afeganis (US$ 2 mil a US$ 10 mil) para o líder de qualquer grupo insurgente. Os apelos de Hekmatyar e doações de dinheiro estão cuidadosamente documentos nos relatórios.

No início de sua missão, alguns soldados da Bundeswehr chamavam brincando a pequena cidade de Kunduz de “Bad Kunduz”, com “Bad” sendo a palavra em alemão concedida oficialmente a cidades spa. Mas os dias pacatos de Kunduz, onde um grande número de soldados alemães está estacionado, há muito são coisa do passado. No mínimo, a tranquilidade acabou em 19 de maio de 2007. Naquele dia, três soldados alemães foram mortos por um homem-bomba enquanto tentavam comprar refrigeradores em um mercado local. Oito civis afegãos também morreram no primeiro ataque mortal voltado deliberadamente contra os alemães na região.

Em um “relatório de ameaça” datado de 31 de maio de 2007, tropas alemãs com sede em Kunduz relataram sobre a situação geral após outro ataque suicida. “Diferente de todas as expectativas do Comando Regional do Norte, os ataques dos insurgentes em Kunduz estão prosseguindo como previsto pela Equipe de Reconstrução Provincial de Kunduz e mencionado várias vezes antes”, declara o documento alemão, acrescentando que mais ataques, particularmente contra tropas da ISAF, “são altamente esperados”.

Os soldados parecem ter sido corrigidos para sentirem que estavam sob estado de sítio. Os documentos que foram obtidos envolvem principalmente os chamados “relatórios de ameaça”, milhares de cenários de risco e alertas concretos sobre os ataques planejados. Esses relatórios fornecem um quadro mais claro da deterioração da situação de segurança no norte do Afeganistão do que a informação fornecida pelo governo alemão ao Parlamento federal, o Bundestag, que ordena o envio do Bundeswehr ao exterior. Os postos de controle da polícia são constantemente atacados ou são alvos de tiros, patrulhas são alvo de emboscadas mortais e bombas de estrada explodem.

Eles também mostram quanto o norte do Afeganistão deteriorou para próximo de uma nova guerra civil e quão pouco os alemães realizaram durante sua presença no Hindu Kush.

O relatório de situação confidencial da região no leste do Afeganistão parece inicialmente uma transcrição de rotina: “17 de outubro de 2009: Aproximadamente às 13h o ANA (Exército Nacional Afegão) recebeu inteligência de que aproximadamente 20 insurgentes estavam se movimentando ao sul de sua posição no wadi (leito seco de rio). Aproximadamente às 14h o Raven foi lançado e voou diretamente para FB. Nós não observamos nenhum inimigo no wadi”. Mas então problemas foram detectados no voo do Raven, uma aeronave de reconhecimento não-tripulada americana. “Enquanto fazia a volta, aproximadamente a 300 membros da FB (base de fogo) – a ave repentinamente perdeu altitude e caiu”, declara o relatório.

Então, a situação ficou agitada: “Nós tentamos imediatamente enviar uma patrulha da FB para proteger a ave, e preparar uma patrulha de 6 americanos (soldados) 40 ANA (soldados afegãos)... e pedimos CCA (cobertura área) imediata para vigilância do local do acidente e tentar obter imagem do Raven. Durante preparação da SP (condução de uma patrulha de busca), o ANA ficou temeroso e decidiu que faria a patrulha desmontada”.

No final, os soldados partiram para procurar a aeronave que caiu, mas tiveram que voltar porque insurgentes já estavam esperando pela oportunidade de uma emboscada aos soldados enquanto tentassem resgatar a aeronave.

Falhas de sistema, nos computadores e erro humano

De fato, os memorandos secretos revelam as desvantagens de uma arma que tem sido elogiada pelos militares americanos como uma panaceia, uma opinião partilhada pelo presidente. Em seu pouco tempo no cargo, Barack Obama já lançou o dobro de missões com aeronaves não-tripuladas do que as ordenadas pelo seu antecessor, o aparentemente beligerante George W. Bush.

A assassina não-tripulada pode voar por mais de 20 horas e matar à velocidade de um raio. Mas elas nem sempre são confiáveis. De acordo com relatórios oficiais, 38 aeronaves Predator e Reaper caíram enquanto estavam em missões de combate no Afeganistão e no Iraque, enquanto outras nove caíram durante os voos de teste em bases militares nos Estados Unidos. Cada acidente custa ao governo entre US$ 3,7 milhões e US$ 5 milhões.

Os relatórios de acidente do Departamento de Defesa americano mostram que falhas no sistema, no computador e erros humanos são ocorrências comuns durante as missões das aeronaves não-tripuladas. Parece que os problemas sérios foram ignorados por causa da necessidade das aeronaves serem empregadas o mais rapidamente possível. A demanda pela nova arma era intensa após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 e o início apressado da invasão ao Afeganistão.

“As aeronaves não estavam prontas para entrar em combate”, diz Travis Burdine, gerente Força-Tarefa para Sistemas de Aeronaves Não-Tripuladas da Força Aérea. “Nós não tivemos tempo para resolver os problemas.” A declaração de Burdine é apoiada por relatos nos diários de guerra. Na verdade, os assassinos silenciosos pareciam ter um monte de defeitos.

Não são apenas os custos causados por esses acidentes que preocupam os militares americanos. Mesmo as aeronaves de reconhecimento menores possuem tecnologia de informática complexa – avanços que os militares não querem que caia em mãos inimigas. Tanto os Reapers quanto os Predadores têm uma chamada função para “zerar”, que permite que os dados sejam apagados remotamente. Infelizmente, esse recurso às vezes falha. E com medo de que informações importantes possam cair nas mãos do Taleban, cada acidente com aeronave não-tripulada exige operações de resgate elaboradas e perigosas.

Os Interserviços de Inteligência (ISI), o serviço secreto do Paquistão, inicialmente ajudou a formar e implantar o Taleban no Afeganistão, após este mergulhar em uma guerra civil fratricida e amargo entre os mujahedeen, que prevaleceram sobre os soviéticos e forçaram sua retirada. Apesar de todas as garantias dos políticos paquistaneses de que os antigos laços seriam cortados, o país ainda segue uma política ambígua na região – servindo ao mesmo tempo como aliado dos Estados Unidos e dando apoio aos inimigos destes.

Há uma abundância de novas evidências para apoiar esta tese. Os documentos mostram claramente que a agência de inteligência paquistanesa é a cúmplice mais importante do Taleban fora do Afeganistão. A guerra contra as forças de segurança afegãs, os americanos e seus aliados da ISAF ainda está sendo conduzida a partir do Paquistão.

O país é um importante refúgio seguro para as forças inimigas – e serve como base para lançamento de suas missões. Novos recrutas para o Taleban atravessam a fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão, incluindo os temidos combatentes estrangeiros, entre eles árabes, tchetchenos, uzbeques, uigures e até mesmo muçulmanos europeus.

De acordo com diários da guerra, emissários dos ISI estão presentes quando os comandantes insurgentes realizam conselhos de guerra – e até mesmo dão ordens específicas para realização de assassinatos. Entre eles estavam as ordens para tentar assassinar o presidente afegão, Hamid Karzai. Por exemplo, um relatório de ameaça datado de 21 de agosto de 2008 alertou: “O coronel Mohammad Yusuf dos ISI instruiu o oficial taleban Maulawi Izzatullah para que cuide do assassinato de Karzai”.

O ex-chefe de inteligência do Paquistão, o general Hamid Gul, desempenha um papel proeminente nos documentos dos ISI. Depois deixar o cargo, Gul passou a imagem na imprensa ocidental de ser uma espécie de propagandista do Taleban. Nos documentos, Gul é retratado como uma importante fonte de ajuda ao Taleban e até mesmo, em um relatório, como um “líder” dos insurgentes. Um relatório de ameaça de 14 de janeiro de 2008 afirma que ele coordenou o seqüestro planejado de funcionários da ONU na Estrada 1, entre Cabul e Jalalabad.

Os memorandos declaram que Gul ordenou ataques suicidas e também descrevem o ex-chefe de inteligência como um dos mais importantes fornecedores de armas para o Taleban. Um relatório menciona um comboio de 65 caminhões carregados de munições que Gul supostamente preparou para o Taleban. Outro afirma que os ISI entregaram 1.000 motocicletas para os Haqqanis, uma família liderada pelo senhor da guerra Sirajuddin Haqqani, que –juntamente com o Taleban e Hekmatyar– estão entre os maiores oponentes das forças ocidentais no Afeganistão. Outro menciona 7 mil armas que foram enviadas para a província de fronteira de Kunar, incluindo rifles, morteiros e foguetes Strella.

Ainda assim, mesmo aqueles que redigiram os relatórios não sabem ao certo de sua veracidade. Este tipo de incerteza é frequente nos documentos. Elas revelam a grande fraqueza da estratégia de comunicação americana.

Falando sobre as facetas do Paquistão, Rhodes, o funcionário da Casa Branca, respondeu: “O status quo não é aceitável, precisamente o motivo para os Estados Unidos se concentrarem tanto neste desafio. O Paquistão está se movendo na direção certa, mas é preciso fazer mais. Os santuários para os grupos extremistas violentos dentro do Paquistão continuam a representar uma ameaça intolerável para os Estados Unidos, ao Afeganistão e ao povo paquistanês, que sofreram muito com o terrorismo. O governo paquistanês – e os serviços militares e de inteligência do Paquistão– deve dar continuidade à sua mudança de estratégia contra os grupos extremistas violentos dentro das suas fronteiras e permanecer na ofensiva contra eles”.

As agências de inteligência dos Estados Unidos estão se afogando em um mar de dados. Temendo a repetição dos erros de inteligência que ocorreram antes do 11 de Setembro, os analistas parecem estar relatando cegamente cada mínimo detalhe.

Especialistas em segurança vêm reclamando há algum tempo de que esses inúmeros relatos se concentram em excesso nas opiniões e movimentos do inimigo –neste caso, o Taleban no Afeganistão.

Analistas demais e voos de reconhecimento demais parecem estar preocupados em esboçar a hierarquia das redes dos insurgentes e criar listas de inimigos que devem ser mortos ou capturados. Agentes da inteligência estão constantemente coletando depoimentos de informantes locais, cuja avidez em agradar os americanos muitas vezes supera a sua confiabilidade.

No entanto, os problemas mais graves são muitas vezes negligenciados: a proteção dos civis afegãos, a análise do ambiente político e a busca por uma solução para este conflito interminável.

Uma coisa, porém, é certa. Estes milhares de documentos secretos indicam que, após quase nove anos de guerra, uma vitória no Hindu Kush parece mais distante do que nunca.

Tradução: George El Khouri Andolfato


Texto do Der Spiegel, republicado no UOL.

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