terça-feira, julho 29, 2008

EUA tentaram influenciar reforma política do Brasil - II

Alvo é fortalecer as democracias, afirma agência

DE WASHINGTON

Em resposta à Folha, a Usaid disse oferecer atividades no mundo todo para apoiar o fortalecimento dos processos políticos democráticos e eleitorais. A agência afirmou que dá ênfase ao planejamento a longo prazo e ao desenvolvimento sustentável dos processos políticos e eleitorais, e não a atividades motivadas por crises ou eventos isolados.
Segundo a Usaid, os programas relacionados aos processos eleitorais e políticos refletem dois princípios da política de assistência a partidos políticos da organização: apoiar sistemas representativos e multipartidários e não tentar determinar os resultados dos pleitos.
A agência disse ainda que, no seminário de agosto de 2005, procurou juntar figuras-chaves da cena política brasileira -de todas as ideologias- para expandir o debate sobre reforma legislativa em discussão na época.
Para Clóvis Brigagão, coordenador do Centro de Estudos das Américas (CEAs) da Universidade Candido Mendes, "institutos de partidos políticos, sejam democratas ou republicanos, no caso dos EUA, e fundações, como a Friedrich Ebert, ligada ao social-democrata SPD, no caso da Alemanha, fazem isso todo o tempo e não representam interferência nos assuntos internos da vida política ou dos partidos de um país".
Já para Silvério Zebral, organizador do seminário e coordenador da área de programas de partidos políticos do CEAs em 2005, ainda que fossem prováveis a intenção e o impacto sobre as decisões políticas locais, os diplomatas e operadores de política externa conhecem outros meios legais e mais eficientes do que estes, para fazê-lo."Estou certo de que a classe política nacional e os formuladores de políticas públicas brasileiros são capazes de lidar com embate entre interesses contrários."
Até a conclusão da edição, a assessoria de imprensa do IRI não localizou ninguém que pudesse falar sobre isso à Folha. (SD)


Colaborou ANTÔNIO GOIS , da Sucursal do Rio
Também da Folha, de 22 de julho de 2008.

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