quarta-feira, janeiro 13, 2010

Arruda no Distrito Federal, Yeda no Rio Grande do Sul, tudo a ver

Arruda no Distrito Federal, Yeda no Rio Grande do Sul, tudo a ver


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A foto de capa da Folha de São Paulo mostra um policial militar do Distrito Federal dando uma gravata em manifestante contra o o governador José Roberto Arruda. Modelo de polícia que está aí para servir e para proteger...


A foto leva para as notícias sobre os desdobramentos da crise desencadeada no governo do Distrito Federal a partir da divulgação de uma série de vídeos de deputados da câmara distrital de Brasília recebendo maços de dinheiro. E aparentemente o principal desdobramento é que a base parlamentar do governador tomou conta de todas as comissões destinadas a analisar as acusações de corrupção contra o governador e os pedidos de “impeachment” contra ele. Não acharei estranho se as comissões chegarem à conclusão que não há evidências suficientes de comprovação de corrupção do governador, ou que demonstrem a necessidade dele ser afastado do cargo.


Me lembrou tudo o que tem acontecido aqui no Rio Grande do Sul. A diferença aqui é que não houve um membro do governo que tenha gravado vídeos de colegas de governo ou da base parlamentar recebendo maços de dinheiro vivo. Aqui houve uma série de gravações que também, obviamente, muita gente acha que não são evidências suficientes de demonstração de prática de atos ilícitos ou criminosos.


Curiosamente, no Distrito Federal alguns dos políticos ficaram sem partido. A Folha de São Paulo se refere ao governador José Roberto Arruda, como “ex-DEM”, e o presidente da câmara distrital, Leonardo Prudente igualmente como “ex-DEM”. Aqui no Rio Grande do Sul, todos continuam nos seus partidos.


Me pergunto se isto é sinal da alienação dos políticos em relação aos eleitores, ou mesmo desprezo.


Mas talvez não. Talvez seja um risco calculado.


Se a governadora Yeda Crusius já escapou de um pedido de “impeachment” aqui no Rio Grande do Sul, e se o governador José Arruda escapar de um “impeachment” no Distrito Federal, é bem possível que eles não consigam se reeleger em 2010.


Contudo, também é bem possível que muitos destes deputados que fazem parte das respectivas maiorias parlamentares dos governadores acabem sendo reeleitos.


Não conheço o varejo da política brasiliense, mas aqui no Rio Grande do Sul, tenho a impressão que o franco favorito para ser eleito governador é o atual prefeito de Porto Alegre (e também ex-senador) José Fogaça. Não que ele seja um grande político, mas simplesmente muita gente preferirá votar nele a votar na oposição petista representada pelo atual ministro da justiça, Tarso Genro. E provavelmente, se eleito, o Sr. José Fogaça conseguirá uma base parlamentar na assembléia legislativa que será a mesma da atual governadora, que, aliás, é a mesma do governador anterior, Germano Rigotto, o pacificador.


Vejamos o que acontecerá com a assembléia legislativa gaúcha e a câmara distrital brasiliense em outubro. Se estas casas parlamentares tiverem ampla renovação será um sinal de esperança, senão...



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