sexta-feira, agosto 14, 2009

MST denuncia violência da Brigada Militar e prática de tortura em São Gabriel



O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou nota denunciando práticas de truculência e de tortura por parte da Brigada Militar na ação de reintegração de posse da Prefeitura de São Gabriel (RS), ocorrida quarta-feira à tarde. Segundo o MST, pelo menos trinta pessoas, entre crianças e adultos, ficaram feridos – incluindo pessoas com dedos e braços quebrados – no despejo forçado realizado pela Brigada Militar. “Todos os 250 sem terra foram identificados e humilhados. Os manifestantes foram encurralados dentro da prefeitura, onde foram golpeados por cassetete, chutes e tapas dos policiais”, denuncia o movimento.

No entanto, o fato ocorrido em São Gabriel quarta-feira ultrapassou o limite do convencional e adquiriu características de tortura policial, acusa ainda. “As famílias relataram que, enquanto estavam na delegacia para serem identificadas, continuaram recebendo golpes de cassetete, chutes, socos e tapas dos policiais. Chegou a ser montado um corredor polonês em que as pessoas foram obrigadas a atravessar enquanto recebiam chutes e cacetadas. Inclusive a nova pistola elétrica, que deveria ser usada para ajudar na imobilização durante perseguição policial, foi utilizada para dar choque nas pessoas”.

Nesta quinta-feira (13), integrantes do Comitê Estadual Contra a Tortura estiveram em São Gabriel conversando com as famílias sem terra e recolhendo os depoimentos. O MST repudiou a ação da Brigada Militar, dirigida pelo subcomandante Lauro Binsfeld - o mesmo que comandou o despejo das mulheres da Via Campesina em uma área da papeleira Stora Enso em Rosário do Sul (RS), em 2008, e que resultou em quase cem manifestantes feridas. Além disso, repudiou a decisão do prefeito de São Gabriel, Rossano Gonçalves, de ter se negado a conversar com as famílias e ter autorizado a ação da Brigada Militar.

Texto originário do blog do Marco Weissheimer - RS Urgente.

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