Testes de armas nucleares, quem viveu viu
Testes de armas nucleares, quem viveu viu
E a Coreia do Norte realizou um novo teste de bomba atômica esta semana. Provavelmente uma maneira de corrigir o teste quase fracassado realizado em outubro de 2006. Parece que desta vez deu tudo certo para os coreanos do norte.
O tempo passa muito rápido. Parece que foi ontem que as manchetes alardeavam o teste norte-coreano (o de 2006) como uma ameaça à paz mundial, e como estímulo para outros países seguirem o exemplo da busca das armas nucleares.
Mas eu sou velho o bastante para lembrar dos testes recentes da França (em 1995, no Pacífico Sul), da Índia e do Paquistão (ambos em 1998). Todos eles causaram uma avalanche de manchetes contrárias, e todos os governos que conduziram os tais testes se escudaram em seu direito soberano de desenvolver armamentos.
O que a Coreia do Norte ganha ao possuir armas nucleares? Bem, o direito de dizer ao mundo que tem armas nucleares, e que, se atacada, pode usa-las (embora pareça absurdo se pensar no uso de armamentos nucleares, sabendo de todos os seus malefícios).
Há palpites e opiniões para todo lado. A principal diz que a Coreia do Norte quereria usar a demonstração para barganhar suprimentos, que, dizem, andam escassos por lá.
Mas a questão do armamento nuclear é tratada de maneira bastante dúbia.
Estados Unidos e Rússia têm vastos arsenais, e não parecem dispostos a se desfazerem deles. China, Reino Unido e França têm e também não parecem dispostos a desmanchá-los. Israel provavelmente tem (se supõe a existência de bombas, pelas insinuações dúbias dos sucessivos governos israelenses, e pela central nuclear de Dimona, mas não se tem notícia de algum teste de bomba atômica conduzido por Israel), e os Estados Unidos (a voz mais estridente na questão da proliferação de armas atômicas) não parecem incomodados com isso. Os Estados Unidos também impuseram sanções ao Paquistão em 1998, quando este país explodiu seu primeiro artefato nuclear, mas suspendeu as sanções quando precisou passar por território paquistanês para atacar o Taleban no Afeganistão em 2001/2002. E em 2006 os mesmos Estados Unidos fecharam um acordo nuclear com a Índia, pelo qual tacitamente aceita o programa militar atômico hindu.
Vários países teriam o potencial de rapidamente produzir armas nucleares e aparentemente não o fazem para se manterem afastados desta pressão política dúbia, como por exemplo, a Alemanha, o Japão, a Coreia do Sul, talvez até mesmo o Brasil e a Argentina.
Armas nucleares para quê? Sabendo do dano ambiental causado por uma bomba atômica, só se algum país estivesse se sentindo ameaçado por algum outro país que já possui a tal bomba.
27/05/2009
Marcadores: armas atômicas, armas de destruição em massa, armas nucleares, bomba atômica, bomba nuclear, Coréia, Coréia do Norte, Coréia do Sul, jar
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