terça-feira, dezembro 08, 2009

O Império, O Império da Lei, e o Golpe

GOLPE TOLERADO

Em editorial, o "NYT" lamenta como, após "começar forte, o governo Obama hesitou" em Honduras. Questiona Thomas Shannon, indicado embaixador no Brasil, por ter saído dizendo que os EUA aceitariam as eleições sob controle golpista. Cobra investigação interna do golpe e a volta das "liberdades civis, inclusive liberdade de imprensa". Afirma que, "até lá, os EUA não devem restaurar a ajuda a Honduras", nem a OEA aceitar o país:
"Os militares de Honduras e de toda a região precisam saber que golpes não serão tolerados."

OLIGARQUIAS
A "New Yorker" vai além e afirma que "a humilhação do governo Obama foi completa" em Honduras, com a recusa do retorno de Manuel Zelaya. Em longo texto, mostra como o Departamento de Estado cedeu aos republicanos e aos conservadores do próprio governo. E concentra fogo em Thomas Shannon, que acertou com os republicanos a aceitação do pleito, sob regime golpista, antes de viajar a Honduras. Foi uma "reação fingida dos EUA" e:
"Militares irrequietos e oligarquias nervosas, através de toda a América Latina, tomaram nota disso."

OPORTUNIDADES
Por outro lado, Peter Romero, que foi subsecretário de Estado de Bill Clinton para a América Latina, assina o artigo "Grande desafio, grande oportunidade", no "Miami Herald". Defende o golpe como defesa da democracia e sugere haver "uma dúzia de países, na América Latina, onde o cenário de Honduras poderia se reproduzir".
Propõe pronta ação para "apoiar os nossos amigos, isolar os agitadores populistas e restaurar o consenso democrático que definiu os interesses estratégicos dos EUA nas Américas desde o fim da Guerra Fria".

Trecho da coluna Toda Mídia, na Folha de São Paulo, de 7 de dezembro de 2009. Grifos do blogueiro.

É bom saber que continua havendo gente nos Estados Unidos, como este senhor Peter Romero citado acima, que diz que democracia é só quando os líderes são considerados amigos e alinhados com os interesses dos Estados Unidos.

Marcadores: , , , ,