segunda-feira, dezembro 07, 2009

Um golpe (de estado) de sucesso! Honduras, os Estados Unidos e o restante da América

Instabilidade

No topo das buscas pelo Yahoo News, com Bloomberg, "Brasil desapontado e frustrado com EUA". O assessor Marco Aurélio Garcia falou em "decepção" e relatou carta de Obama a Lula, justificando o apoio à eleição sob governo golpista, em Honduras.
Manchete no Terra, o embaixador brasileiro à OEA acrescentou que os EUA "se deram conta do isolamento e pediram ideias", daí a sugestão de adiamento, recusada. E agora "não dá para fazer nada".
De Madri, o "Valor" ouviu o diplomata espanhol destacado para a América Latina, que previu "instabilidade" pós-eleição e prometeu "reação conjunta" da Espanha com Brasil, Argentina e os demais.



"OLD-FASHIONED COUP"

Sob o título "Um golpe à moda antiga", a "New Yorker" dá oito páginas a Honduras. William Finnegan relata que no "golpe clássico" não faltou nem carta de renúncia forjada. Destaca como o país é ligado militar e comercialmente aos EUA, que reagiu e depois "mudou de posição". Agora, acrescenta o jornalista no site:
"A maioria dos países segue firme no princípio de que golpes simplesmente não são aceitáveis, nem eleições sem condições livres e justas. Mas com os EUA parece que os golpistas vão conseguir o que queriam."

ELEIÇÃO NÃO VAI LIMPAR

A "Time" também traz longa reportagem de Honduras, "Na América Central, golpes ainda vencem a mudança". Diz que "é improvável que qualquer nação -exceto talvez os EUA- reconheça o vitorioso do dia 29". Destaca declaração de Christopher Sabatini, da Americas Society, de Nova York, de que "não se pode usar eleição para limpar a sujeira após um golpe, isso só ameaça retroceder a democracia da América Central em décadas".
A "Economist", em nota, posta que a eleição "não deve resolver a crise iniciada por um golpe militar".

"Ou foram terrivelmente incompetentes ou foram terrivelmente cínicos. Em ambos os casos, sua credibilidade está muito deteriorada."
Do analista KEVIN CASAS-ZAMORA , do Instituto Brookings, tido como próximo a Obama, sobre a atuação do Departamento de Estado dos EUA em Honduras, na Reuters.

Trechos da coluna Toda Mídia, na Folha de São Paulo, de 25 de novembro de 2009.

Como já tinha sido possível perceber, o golpe de Honduras se encaminha para um sucesso absoluto, com um presidente inconveniente para a oligarquia deposto, e um novo representante da oligarquia eleito em eleições realizadas sob governo golpista.


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