quinta-feira, agosto 20, 2009

Agora a Tropa de Elite no National Geographic

National Geographic visita favela carioca

Guerra ao tráfico no Rio dá início à série documental "Shadow Soldiers"

Apresentada pelo militar e escritor Chris Ryan, nos próximos episódios programa também passará por Colômbia, México e EUA

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

O escritor Chris Ryan elegeu o Rio de Janeiro como um dos locais para a série de documentários "Shadow Soldiers" (soldados das sombras). A guerra do Bope (Batalhão de Operações Especiais) contra o tráfico de drogas nas favelas do Rio foi exibida neste mês no canal National Geographic, nos EUA.
Chris Ryan, na verdade um pseudônimo para o militar Colin Armstrong, ficou famoso ao se tornar o único membro da missão "Bravo Two Zero" da força aérea especial britânica, a SAS, a sobreviver e escapar na primeira guerra do Golfo, em 1991. Depois disso, ele se tornou escritor.
Nas próximas semanas estão previstos episódios na Colômbia, no México e nos EUA. No Rio, ele acompanhou as operações do batalhão durante uma semana e participou de uma invasão à Vila Cruzeiro, favela na zona norte da cidade.
O retrato da criminalidade e do papel da polícia na série é bastante estereotipado. A começar pela narração em voz dramática de cada passo da equipe e do sotaque do narrador que chama o batalhão de "bópp". Frases como "as favelas do Rio são uma zona de guerra" e "as gangues cariocas são o seu futuro, eles são do Comando Vermelho" dão o tom do documentário.
Ryan tece elogios ao "caveirão", o veículo blindado da PM usado durante as operações em favelas, e constata a falta de recursos da corporação.
O documentário alterna explicações sobre a origem dos fuzis AK-47, usados pelos traficantes, com o fascínio pelo misticismo da corporação. Um dos membros do Bope mostra uma caveira, o símbolo do batalhão, que o salvou de um tiro durante uma incursão policial. A bala teria batido na caveira que faz parte da faca do policial.
O documentário não tem conclusão, apenas a constatação de que a guerra contra o tráfico no Rio é pior do que Ryan esperava.

Texto da Folha de São Paulo, de 17 de agosto de 2009.

É programa pra gringo ver e pensar no sofá da sala: “Puxa, como são violentas estas cidades do terceiro mundo”. Em breve também na sua TV por assinatura.


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