quarta-feira, março 11, 2009

Gabinete de Segurança Institucional entrega documentos do antigo Conselho de Segurança Nacional ao Arquivo Nacional

GSI censura documentos relacionados à segurança

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) entregou ontem ao Arquivo Nacional documentos do extinto Conselho de Segurança Nacional. Os nove volumes com 3.000 páginas são todos referentes a reuniões sigilosas realizadas pela Presidência da República entre novembro de 1934 e 1988.
O general Jorge Felix, ministro do GSI, disse que foram censuradas 413 linhas -o correspondente a oito páginas. Os documentos são inéditos e sempre estiveram com o GSI.
Segundo Felix, foram censuradas "expressões jocosas e ofensivas". O ministro afirma que a censura feita pelo GSI ocorreu para preservar as relações entre o Brasil e países vizinhos e que a maioria das linhas são relacionadas à década de 40 e à Guerra das Malvinas (1982).
"Temos de tomar cuidado para não ofender vizinhos só porque alguém em um momento de descontração falou algo. Nós estamos protegendo um país chamado Brasil. Se alguma coisa pode causar constrangimento, nós estamos protegendo", disse. E complementou: "os povos são muito emotivos."
O ministro garantiu que as tarjas que serão colocadas em parte dos documentos que serão digitalizados pelo Arquivo Nacional antes de ser tornarem públicos, não escondem questões políticas.
Segundo Felix, há referências às reuniões do governo que antecederam a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, à política externa e às cassações durante o governo militar.
A leitura das atas por jornalistas e historiadores, diz Felix, poderá mudar algumas avaliações históricas do país.
Felix entregou o material ao diretor-geral do arquivo, Jaime Antunes da Silva. Segundo ele, dentro de 15 dias todos os documentos estarão digitalizados e prontos para serem pesquisados. Silva afirmou que a tarja colocada em cima das 413 linhas será eletrônica para que os documentos originais não sejam danificados. As tarjas, segundo Felix, poderão ser retiradas gradualmente, quando as expressões censuradas deixarem de constranger o país.

A notícia é da Folha de São Paulo, de 6 de março de 2009.

A notícia é alvissareira. Infelizmente como a Folha de São Paulo parece querer dar um viés negativo a qualquer coisa que este governo faça, resolveu colocar na manchete que o GSI “censurou” os documentos entregues ao Arquivo Nacional. Bobagem. Suprimir 8 em 3.000 páginas de documentos é irrisório, e, como diz o General Félix, “poderá mudar algumas avaliações históricas do país”. São 3.000 páginas de documentos colocados à disposição dos pesquisadores.

É um gesto que nos coloca mais perto dos Estados Unidos, no acesso dos cidadãos à informação, país que é referência neste aspecto, com seus National Archives.

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