quarta-feira, julho 23, 2008

O Ato contra Gilmar em Porto Alegre

O fotógrafo foi o CESAR CARDIA. O público presente parece pequeno, mas foi um aprendizado: ninguém nos olhou com desconfiança e até o humorista André Damasceno estava ali ao lado, apesar de não ter interagido conosco.

Aqui, há algumas peculiaridades culturais que contribuíram para que não tivéssemos mais gente envolvida. Quem oferece quorum e aparelhagem são os partidos e os movimentos sociais e eles teriam sido importantíssimos. Não incentivamos a participação deles, mas acredito que esta decisão foi um erro. Da mesma forma, eles estão muito envolvidos com duas manifestações nacionais de massa que são amplamente veiculadas pela mídia: o GRITO DA TERRA e a MARCHA DOS SEM.

Sábado também é um dia ruim em Porto Alegre, pois quase todo mundo acorda tarde. Domingo é que é o dia de movimento.

O Parque da Redenção é enorme, possui tradição democrática e é maravilhosamente bem localizado. Contudo, a Esquina Democrática no Centro e a Usina do Gasômetro também são pontos de muito movimento que podem ser experimentados.

Em uma primeira olhada, infelizmente, creio que a proposta de evitar interromper o fluxo de veículos e de não “bandeirizar” a massa com símbolos partidários ou sindicais não funciona em função da polarização. O gaúcho médio sempre torce para um lado e raramente reconhece as suas próprias falhas e as virtudes do oponente.

De qualquer forma, foi muito importante a manifestação, apesar da concorrência da Feira Ecológica do Brique e das barracas do PT e do DEM fazendo campanha.

O evento na sede do jornal Zero Hora há três meses atrás foi totalmente partidarizado, houve trancamento de via e havia policiais escondidos nos canteiros fotografando o pessoal. Mas teve cerca de 200 pessoas. O PIG mal e porcamente mostrou, mesmo tendo sido na frente da sua catedral.

Por outro lado, nós vamos sair no JÁ, jornal de circulação usual nos bairros Bonfim, Independência e
Moinhos de Vento. A repórter Naira Hoffmeister apareceu lá e acompanhou
o movimento. Como são bairros populosos, de classe média alta e não estávamos portando nenhum material identificado (salvo os crachás dos Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho que Cesar e Haroldo pregaram em suas camisas), a tendência é aumentar o movimento.

Aliás, recomendo a leitura do artigo sobre jornalismo comunitário em Porto Alegre escrito pela Profª. Dra. BEATRIZ DORNELLES da PUCRS. Este é um instrumento de mídia pequena que pode ser melhor integrado à blogosfera, apresentando problemas e soluções pontuais para a classe média onde uma mídia apóia a outra.

Neste Estado, é raro poder discutir política encontrando pontos concordantes entre pessoas que votam em pólos diferentes. Não há nem centro-esquerda, nem centro-direita: todos são extremistas. Além disso, quem conhece a fundo política e sociologia possui uma visão naturalmente de esquerda que uma pessoa de direita educada sob a égide taylorista-fordista e crente no mito do gaúcho não consegue aceitar, da mesma forma que a esquerda dificilmente consegue enxergar o lado positivo para a sociedade e para a economia das empresas HONESTAS se tiver sido doutrinada exclusivamente pelo marxismo.

Todavia, esta não é uma virtude nem um defeito maior ou menor seja de quem pensa mais à esquerda, seja de quem pensa mais à direita: afinal de contas, a neutralidade não existe. A visão predominante agrícola, arrogante, decadente e positivista do RS é, de um lado e de outro, uma das mais atrasadas do continente.

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CONFIRA AS FOTOS DO ATO EM PORTO ALEGRE AQUI


Esta postagem é original do Palanque do Blackão!


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1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

VALEU, ZÉ!!!

[]'s,
Hélio

7:47 PM  

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