Moradores do Moinhos de Vento mobilizados contra destruição do patrimônio do bairro
Na sexta-feira (19), Paulo Vencato e Raul Agostini, da associação de moradores do bairro, participaram de uma reunião com representantes da Secretaria Municipal de Cultura e da Secretaria de Planejamento, para discutir artigos e propostas que constam da revisão do Plano Diretor. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente também foi convidada, mas não enviou representantes. Vencato e Agostini defenderam a necessidade de preservação da identidade cultural do bairro, ameaçada por projetos que destruiriam grande parte dos casarios e prédios históricos da região. Vencato citou um estudo feito na UniRitter sobre áreas de interesse cultural e o laudo assinado pelo arquiteto Carlos Fernando de Moura Delfin, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), afirmando que o bairro deveria seria tombado, pela sua peculiaridade.
A associação de moradores do Moinhos diz que já solicitou diversas audiências com o prefeito José Fogaça (PMDB) e com o vice José Fortunatti (PDT), todas sem sucesso. “Se a maior sumidade no assunto assina esse laudo e dez mil pessoas participam de um abaixo-assinado manifestando-se contra o que está sendo pleiteado e projetado para o bairro, não entendemos por que o poder público se nega a enxergar”, disse Vencato, cobrando da prefeitura a abertura de diálogo com a comunidade.
Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Gino Gehling criticou a posição da presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural, Rita Chang, que procurou desqualificar a pesquisa da Uniritte, por se tratar de um “trabalho acadêmico”. Além disso, criticou a postura do vereador João Antônio Dib (PP), presidente da Comissão, que teria agradecido a Rita Chang por ela “ter esclarecido a todos que o estudo da Uniritter é um trabalho acadêmico”. “Quer dizer então que o que produzimos na academia não tem valor?”, perguntou Márcio D’Ávila, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
O resumo da obra é bem conhecido: as construtoras salivam pelo potencial do bairro e querem “modernizá-lo” com novos edifícios. Para isso, contam com muitos aliados na prefeitura e na Câmara de Vereadores. A forma de evitar que isso que ocorra também é bem conhecida: só a mobilização dos moradores da área poderá barrar esse projeto que, aliás, já está em curso.
Texto do blog do Marco Weissheimer.
Marcadores: especulação, especulação imobiliária, Moinhos de Vento, Porto Alegre
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