quarta-feira, junho 03, 2009

Ministro de Israel pede que Obama honre acordos feitos com Bush

Ministro de Israel pede que Obama honre acordos feitos com Bush

da France Presse, em Jerusalém
da Folha Online

O ministro do Ambiente de Israel, Gilad Erdan, ligado ao premiê Binyamin Netanyahu, disse nesta terça-feira que, ao defender o congelamento das colônias judaicas instaladas em áreas palestinas, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se afasta dos compromissos de seu antecessor, George W. Bush (2001-2009), com aquele Estado.

"Quando o presidente americano pede congelamento da construção, incluindo os jardins de infância, se afasta dos convênios concluídos com Israel pelo presidente Bush. [...] Em 2004, Bush afirmou, em uma carta, que as construções poderiam continuar nos grandes blocos de assentamentos em Judeia e Samaria [nomes bíblicos da Cisjordânia]. Em virtude deste texto, Israel deixou, depois, quase 20 colônias na faixa de Gaza, em 2005", disse Erdan.

"Os funcionários do Departamento de Estado americano conhecem os acordos."

Com a fala, o ministro evidenciou o acirramento da cisão entre os novos governos dos EUA e de Israel que já havia sido exposto nesta segunda-feira (1º), quando Netanyahu afirmou para o Comitê de Assuntos Exteriores e Defesa do Knesset (Parlamento israelense) que "congelar a vida na Judeia e na Samaria" é inaceitável.

"Há pedidos razoáveis e há pedidos que não o são. O destino definitivo das colônias será decidido em um acordo final sobre o estatuto da Cisjordânia", disse.

No discurso, Netanyahu reiterou que não construirá novas colônias em territórios palestinos e que pretende acabar com os assentamentos ilegais, mas criticou o pedido pelo congelamento que foi feito não só por Obama mas também pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.

Para os palestinos e boa parte da comunidade internacional, as colônias judaicas construídas nos territórios ocupados na Guerra dos Seis Dias (1967) são ilegais e representam obstáculo à paz e à criação de um futuro Estado palestino vizinho a Israel. O Estado hebraico constrói nessas colônias sob a alegação de que elas estão "crescendo naturalmente".

Os assentamentos que Israel considera ilegais são aqueles construídos sem autorização do governo, a partir de março de 2001, data na qual Ariel Sharon assumiu o cargo de premiê.

Notícia da Folha Online.

Marcadores: , ,