terça-feira, março 24, 2009

Diálogo entre Hamas e Fatah não avança / Israel sequestra líderes do Hamas na Cisjordânia

Diálogo entre Hamas e Fatah não avança

DA REUTERS

Negociações mediadas pelo Egito para reconciliar os grupos palestinos Hamas e Fatah terminaram ontem sem acordo sobre a formação de um governo de união nacional, o que ameaça solapar os esforços pela reconstrução da faixa de Gaza.
Segundo o governo egípcio, o diálogo será retomado na próxima semana, com base no principal avanço obtido em dez dias de conversas no Cairo: o acordo para a convocação de eleições presidenciais e legislativas em janeiro de 2010.
Mas divergências travaram o acordo sobre a composição de um gabinete. O laico Fatah, que controla a Autoridade Nacional Palestina, exige que o Hamas endosse todos os acordos firmados com Israel. Mas o grupo islâmico resiste a reconhecer oficialmente o Estado judeu.
Hamas e Fatah estão rompidos desde junho de 2007, quando o grupo islâmico, vencedor das legislativas de 2006, expulsou o rival de Gaza por divergências sobre o controle das forças de segurança. Com a disputa, o governo do Fatah, reconhecido pelo Ocidente, ficou restrito à Cisjordânia.
Da reconciliação depende a viabilidade da reconstrução de Gaza. Aos EUA e à União Europeia interessa que o governo seja composto por tecnocratas não ligados oficialmente ao Hamas. Washington e Bruxelas classificam o grupo islâmico como "terrorista" e se negam a enviar recursos a um governo com sua participação.
O sucesso da reconciliação poderia ainda dar impulso às negociações, também mediadas pelo Cairo, por um cessar-fogo permanente entre Israel e o Hamas. Entre as exigências israelenses para a reabertura das fronteiras de Gaza está a libertação do cabo Gilad Shalit, refém do grupo islâmico no território palestino há três anos.
O Exército israelense prendeu ontem dez líderes do Hamas na Cisjordânia, numa ação que o grupo islâmico considerou "punição" pelo fracasso, anteontem, das negociações sobre troca de prisioneiros com Israel. O Hamas exige a libertação de 1.200 palestinos encarcerados em prisões israelenses, entre eles deputados do grupo eleitos em 2006.

Texto da Folha de São Paulo, de 20 de março de 2009.

A menção ao exército israelense prender 20 líderes palestinos é um exemplo daquilo que o ativista americano de ascendência judaica Noam Chomski comentou a respeito dos seqüestros perpetrados pelo Estado de Israel, que não costumam repercutir tanto na imprensa quanto, por exemplo, um soldado israelense sequestrado, como é o caso do soldado Gilad Shalit.

A propósito este blogueiro espera que tanto Shalit quanto os palestinos venham a ser libertados em uma futura troca de prisioneiros entre israelenses e palestinos, e deseja que esta libertação se dê o quanto antes.

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