Eleições em Porto Alegre
Pode-se dizer que o clima de eleição ainda “não pegou”, por assim dizer. Se especula, mas parece que nem os jornais mais tradicionais aqui de Porto Alegre estão muito envolvidos com o pleito de outubro próximo. As tais pesquisas de opinião dos eleitores têm sido raras até agora.
Claro, que o atual prefeito, José Fogaça, é um nome forte para a reeleição, pois afinal, o mecanismo da reeleição já dá ao atual mandatário uma vantagem, qual não seja, ele é o prefeito, e por consequência há a tendência de que seja lembrado pelos eleitores.
Não que a administração de José Fogaça esteja empolgando os porto-alegrenses. Ela ficou até agora marcada por manter o orçamento participativo que havia sido implantado na gestão do PT, com um toque pessoal, reprimir o comércio ambulante irregular no centro da cidade com a ajuda da força policial estadual, e lançar o projeto do “centro popular de compras”, vulgo camelódromo, que pelo ritmo da obra, não estará pronto até outubro. Ele ainda inaugurou o tal Conduto Forçado Álvaro Chaves, cujas obras haviam iniciado na gestão anterior.
O Jornal do Centro, jornal de bairro quinzenal, distribuído gratuitamente em alguns pontos do Centro de Porto Alegre, em sua edição 122, de 5 a 20 de maio, dá manchete de capa para “O Centro em estado abandono”, e menciona lixo espalhado, calçadas defeituosas, iluminação e seguranças precárias. O periódico se destina aos moradores do Centro da cidade, e elenca os problemas que enfrenta quem mora nesta parte da cidade e por transita normalmente a pé. Provavelmente seja por isso que a administração não “veja” tais problemas.
O prefeito atual chegou aonde está, porque foi o nome, um nome relativamente “pop” (afinal o atual prefeito é compositor, quase todo porto-alegrense, nato ou de coração, já deve ter ouvido a famosa “Porto Alegre é demais” na voz da digníssima esposa do nosso alcaide), que conseguiu unir uma grande frente partidária anti-petista. O PT, Partido dos Trabalhadores, vinha elegendo o prefeito nos quatro pleitos anteriores, com 16 anos de mandato seguido.
E aí podemos pensar nos demais concorrentes. De certo até agora, a candidatura da deputada federal Maria do Rosário, vencedora de prévias no Partido dos Trabalhadores, com planos para retomar a prefeitura. A primeira vitória do PT, em 1988, com a chapa Olívio Dutra-Tarso Genro, foi algo empolgante na época. O PT vinha num crescendo em Porto Alegre, até que tomou a Prefeitura. Mas claro, que 16 anos de poder trazem desgaste. E certamente contribuiu para este desgaste o fato de Tarso Genro ter sido eleito para prefeito, em 2000, e abandonar o cargo para o vice João Verle, em 2002, para concorrer ao Governo do Estado, sendo que Tarso havia prometido em campanha que não abandonaria o cargo. Maria do Rosário empolgará o partido e sua militância? Será algo interessante de se ver, depois da “campanha profissional” do partido para a prefeitura em 2004, e da campanha ao governo do estado em 2006, onde Olívio Dutra até conseguiu unir o partido, mas a militância não chegou a ter a empolgação de antes do presidente Lula chegar à Presidência da República, em 2002.
A também deputada federal Manuela D'Ávila tem a seu favor a maior votação gaúcha para a Câmara dos Deputados, e sua aparência de jovem bonita. Irá o PcdoB apostar na jovem para a Prefeitura de Porto Alegre?
Outra possível candidata é a deputada federal Luciana Genro, do PSOL. Luciana Genro já foi deputada estadual pelo PT, e conseguiu se reeleger à Camara dos Deputados em 2006, pelo PSOL, um partido ainda pequeno, que surgiu de cisão do PT, quando alguns de seus membros se estranharam com a orientação da direção partidária petista.
Pela direita, temos Ônix Lorenzoni, do ex-PFL. Mas sua candidatura aparentemente tem menos substância do que as de Manuela D'Ávila, ou Luciana Genro. É uma vaga candidatura.
Outros partidos, que possuem bancada na Câmara de Vereadores da cidade, parecem que estão a fim de embarcarem, ou continuarem na candidatura do atual prefeito.
Ou seja, faltando menos de cinco meses para as eleições, ainda não temos um grande favorito, nem candidaturas bem estabelecidas. Só nos resta aguardar.
Marcadores: eleições, eleições 2008, Porto Alegre
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