quarta-feira, maio 21, 2008

Letícia e a Companheira Estela

A colega blogueira Letícia Coelho gosta de chamar a ministra Dilma de "companheira Estela". Acho isso um despropósito, é como ficar chamando o coronel Brilhante Ustra de "doutor Tibiriçá", hoje em dia, porque se praticava tortura no DOI em São Paulo nos anos 1970, e ele era um dos interrogadores que se escondia atrás de pseudônimos. Dilma também se escondeu atrás de um pseudônimo quando lutava contra o regime militar, e isso passou. Hoje a antiga companheira Estela é ministra da Casa Civil do atual Governo Federal do Brasil, e o antigo doutor Tibiriçá é um oficial da reserva do exército brasileiro. Ambos, Estela e Tibiriçá ficaram para trás. Fazem parte daquilo que hoje são estes cidadãos brasileiros, mas não creio que sejam guias de conduta para nenhum dos dois hoje em dia.
Quem viu o desenho animado da Disney O Rei Leão há de lembrar que em certo momento o macaco Rafiki dá uma pancada do leão Simba. O leão pergunta ao macaco por quê ele fizera aquilo. O macaco respondeu que não importava porquê ele havia feito aquilo, o ato já estava no passado. O leão replicou que estava no passado, mas ainda estava doendo. O macaco comentou que de fato, o passado podia doer, mas não devia ser determinante para as ações que o leão precisasse ou devesse tomar. Pois é. O passado pode nos influenciar, até ser fundamental para nossa identidade, mas tomamos nossas decisões com base no presente, e em como queremos que seja o nosso futuro.

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6 Comments:

Blogger Guilherme said...

uma fedelha escrevendo sobre algo que não entende.

9:37 AM  
Blogger José Elesbán said...

Obrigado pela visita.
Mas "fedelha" não cabe. Vamos se respeitar.
Se ela pedir, eu vou ter que retirar este comentário teu daqui.
Tudo bem termos opiniões diferentes, mas xingamentos, não.

11:43 PM  
Blogger Carlos Eduardo da Maia said...

Qual o problema de chamar a Dilma de companheira Estela? Foi esse o caminho equivocado da luta armada que Dilma escolheu. Um caminho de equívoco e que apenas piorou a situação do Brasil e serviu como desculpa para os milicos engrossarem o regime. Dilma deve sim ser lembrada pelos equívocos que cometeu.

4:48 PM  
Blogger José Elesbán said...

Maia,
Se tu queres ficar chamando-a assim, o problema é teu. Eu não conheço a ministra Dilma. Se a conhecesse, a chamaria por Dilma.
Na minha opinião Estela talvez seja uma maneira de se comunicar com os companheiros de luta daquela época, ou com os milicos que a torturaram.
Outra coisa. Os milicos endureceram porque quiseram, não porque tivessem sido provocados. Como disse o Gaspari em um de seus recentes livros sobre a Ditadura, houve muito mais atentados nos Estados Unidos nos anos 1960, e na Itália dos anos 1970, e nenhum deles foi para um regime de exceção.

9:33 PM  
Blogger Carlos Eduardo da Maia said...

Zé Alfredo, os milicos enduresceram porque a militância de esquerda radicalizou. Era época da guerra fria e a URSS e Cuba financiavam sim os nossos guerrilheiros. Não é a toa que Zé Dirceu foi parar em Havana. E lá continua com ótimas relações. TAmbém não vou aqui defender os milicos, cujo regime ajudei a derrubar com minha voz e participação.

5:21 PM  
Blogger José Elesbán said...

Os milicos endurecerem porque quiseram endurecer. José Dirceu e um outro monte de gente foi treinar em Cuba e na China.
Mas os milicos endureceram porque quiseram. Estavam dispostos a isso. Tanto que o Sr. Costa e Silva se elegeu como a voz da linha-dura, que queria as punições dos IPM liderados por coronéis, tomados de zelo anti-subversivo e anti-corrupção.
NO final de 1974, início de 1975 a guerrilha já estava vencida, e os agentes da repressão resolveram perseguir quadros do PCB, que NÃO praticou a luta armada, nem quando do golpe, nem depois.

10:27 PM  

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