segunda-feira, agosto 31, 2009

Reforma da Saúde nos Estados Unidos (III)

Mudança no sistema abre "guerra santa"


DE NOVA YORK


Movimentos religiosos da esquerda e da direita estão fazendo da aprovação da reforma de saúde praticamente uma guerra santa, com campanhas a favor e contra a proposta.
Em encontro por telefone com pastores, rabinos e líderes, que reuniu 140 mil pessoas nesta semana, o presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que a aprovação é uma "questão moral".
O evento começou com prece da pastora Cynthia Hale: "Deus, acreditamos que é da sua vontade que cada homem, mulher, menino ou menina tenha serviços de saúde acessíveis e de qualidade na América", disse.
Já a presidente da Christian Coalition of America, Roberta Combs, disse à Folha que o conteúdo da reforma é contra os "planos de Deus".
Na página do grupo, há instruções sobre como protestar e assinar petições. Combs avalia que os números citados pelo governo -47 milhões de pessoas sem cobertura- são inflados, e que a reforma dá pouca atenção aos idosos, os que mais necessitam de serviços de saúde. "Por vir de um ambiente onde se respeita a Bíblia e com valores familiares, sei que temos de cuidar dos mais velhos", argumenta.
Segundo ela, com a mudança o governo assumirá o setor. "O Estado não é bom administrador e nós seríamos prejudicados", disse. (JL)

Texto da Folha de São Paulo, de 23 de agosto de 2009.

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