quarta-feira, abril 01, 2009

No Rio, militares comemoram os 45 anos do golpe militar de 1964

No Rio, militares comemoram os 45 anos do golpe militar de 1964

DIANA BRITO
colaboração para a Folha Online, no Rio

Representantes dos clubes Naval, Militar e de Aeronáutica do Rio comemoraram na tarde desta terça-feira os 45 anos do golpe militar em uma sessão solene no Clube Militar do Rio, no centro da cidade. Militares inauguraram uma placa em homenagem a 126 mortos no período, que, segundo eles, seriam vítimas de ataques de militantes de esquerda.

Além de uma palestra sobre o desenvolvimento econômico brasileiro nas décadas de 60 e 70 com o economista Ubiratan Iório, foram inauguradas três placas em homenagem às "vítimas do terrorismo" na época.

Segundo o presidente do Clube da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos Almeida Baptista, "os militares que sofreram mortes trágicas de forma brutal foram homenageados nas placas".

"Por mais trágico que sejam as perdas de vidas humanas por frios assassinatos, a isso tudo somam-se as vítimas inocentes, pessoas comuns e alheias ao confronto insano e humildes vigilantes do seu trabalho, feridos, mutilados e mortos sob a mira errante dos insensatos", disse Baptista.

Durante o evento, os militares apontaram o golpe militar como uma "revolução democrática, que deve ser comemorada todos os anos". "Cada ano há uma comemoração do movimento e sempre com um tema diferente. Este ano, nós abordamos o desenvolvimento econômico que aconteceu naquela época e fizemos um registro oficial das mortes dos militares vítimas de ataques", disse o presidente do Clube Militar, general Gilberto Figueiredo.

Segundo a organização da sessão solene, dos 2.000 convidados, apenas cerca de 400 pessoas compareceram, entre eles militares da ativa.

Notícia da Folha Online.

45 anos após o Golpe de 1964 ainda existem militares exaltando a “revolução democrática de 1964”. Só faltou chamarem de a “revolução” de “Redentora”, como foi na época (isto é, em 1964 mesmo). É aceitável que alguns queiram comemorar o Golpe de 1964, que algumas mortes sejam relembradas, mas chamar o Golpe de revolução é sem sentido.

Revoluções acontecem e mudam estruturas nas sociedades. O exemplo paradigmático é a Revolução Francesa, que mudou as estruturas da sociedade na França.

O Golpe no Brasil teve intenção totalmente conservadora, mantendo as estruturas agrárias arcaicas, reprimindo movimentos de trabalhadores, e evitando as pequenas reformas que o então presidente João Goulart queria promover: reforma agrária, direitos trabalhistas para o trabalhador rural, voto do analfabeto. Não foi revolução. Foi reação.

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