sexta-feira, janeiro 18, 2008

Complexo Industrial-Militar

Quando deixou o poder, em 1961, o presidente Dwight Einsenhower fez um famoso discurso em que alertou os americanos para o perigo do que definiu como "complexo industrial-militar".

Disse Einsenhower, então: "Fomos forçados a criar uma indústria de armamentos permanente de vasta proporções. Além disso, três milhões e meio de homens e mulheres estão engajados diretamente no establishment da defesa. Nós, anualmente, gastamos com segurança militar mais do que o lucro líquido de todas as corporações dos Estados Unidos. A conjunção de um imenso establishment militar com uma grande indústria de armas é uma nova experiência americana. A influência total - econômica, política, mesmo espiritual - é sentida em toda cidade, todo estado, toda casa, todo escritório do governo federal. Reconhecemos a necessidade imperativa desse acontecimento. Mas não podemos deixar de compreender as suas graves implicações. Nosso trabalho, nossos recursos e nossas vidas estão envolvidos, tanto quanto a própria estrutura de nossa sociedade. Nos bastidores do governo, precisamos nos guardar contra a aquisição de uma influência indesejada, pretendida ou não, por parte do complexo industrial-militar. O potencial para a ascensão desastrosa de um poder indevido existe e vai persistir. Não podemos deixar o peso dessa combinação colocar em perigo nossa liberdade ou o processo democrático."


Quase meio século depois, os interesses políticos e econômicos ligados à Defesa estão representados em quase todos os distritos eleitorais do país. Não é incomum ver um democrata que se opõe à ocupação do Iraque protestar quando um possível corte no Orçamento ameaça empregos gerados pelo "complexo industrial-militar" na região que representa. Está aí o verdadeiro limite que qualquer ocupante da Casa Branca, seja ele republicano ou democrata, não quer, não pode ou não consegue atravessar.

O texto acima é parte de um texto maior do Luiz Carlos Azenha, no seu saite, o Vi o Mundo.


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