quinta-feira, dezembro 28, 2006

A Política e o Fígado

Pois esta semana eu estive conversando com um amigo, um irmão em Cristo, pelo telefone.
Obviamente, lá pelas tantas, eu perguntei a ele se quando ele havia acessado o meu blog pela última vez. Desconversas e constrangimentos depois, eu falei a ele que havia retirado os comentários sobre política do meu blog pessoal, tendo aberto um blog especificamente para comentários sobre política. E informei que o meu blog sobre política era escancaradamente petista, não porque o Partido dos Trabalhadores, o PT, fosse a grande maravilha da ciência política, mas porque, dentre os partidos existentes no quadro da democracia representativa brasileira, com sua história e políticos profissionais, era o partido que mais se adequava ao meu gosto, ou ao meu perfil.
Pois o meu amigo tão terno se transtornou com esta revelação. Disse que não podia acreditar. Questionou como eu poderia ser simpático a uma cambada de ladrões e corruptos. Eu tentei dizer que não era bem assim. Que, como diz o Macaco Simão, “não tem virgem na zona”, embora não com estas palavras. Não adiantou. Fui cortado. O meu amigo me disse que era melhor a gente mudar de assunto. Que isso deixava ele com muita raiva, e outros sentimentos baixos.
Não tive remédio, a não ser trocar de assunto. Meu amigo estava de tal maneira convencido das maldades do PT (e provavelmente da inocência dos outros partidos) que não houve jeito dele sequer tentar ouvir qualquer argumento.
Uma pena. O discurso político é algo que apela à emoção, e não à racionalidade, mas os eleitores deveriam tentar tanto quanto possível, votar com o seu raciocínio. No caso do meu amigo, a política parece que gerou sentimentos a partir dos “humores negros” gerados a partir do fígado, como talvez dissessem os médicos gregos da Antigüidade.