Ombudsman da Folha de São Paulo: Poder da Imprensa - 29/10/2006
O rolo compressor
Que poder ainda resta aos tradicionais meios de comunicação (jornais, rádios, revistas e TVs) na formação da opinião pública e na opção eleitoral?
TERMINADA A CAMPANHA eleitoral, é de se imaginar que os ânimos arrefeçam e que, aos poucos, seja possível uma avaliação menos passional do papel da imprensa nesta eleição presidencial. Há questões que ficaram no ar a exigir de jornalistas, leitores, institutos de monitoramento e da academia, superadas as emoções, estudo e reflexão.
Uma primeira questão é a da influência: que poder ainda resta aos meios tradicionais (rádios, jornais, revistas e TVs) na formação da opinião pública e na opção eleitoral?
Os palpites oscilaram conforme o humor dos fregueses. Houve quem tenha visto nos meios os protagonistas de um golpe contra a reeleição do presidente Lula. E houve, não necessariamente outros, os que chegaram à conclusão de que os meios tradicionais já não têm qualquer importância. Amordaçá-los ou depreciá-los?
E a Internet e os blogs, que papel tiveram de fato? O jornalista Luís Nassif, por exemplo, avaliou que estas eleições marcaram "definitivamente o fim do poder absoluto da grande mídia sobre o mercado de opinião brasileiro". Será que havia antes um poder absoluto? E será que o poder que tinha realmente chegou ao fim?
A esperança é a de que, com um pouco de distanciamento, consigamos fugir dos extremos e seja possível entender que papel a imprensa está tendo e que erros e acertos cometeu.
O próprio presidente da República e os caciques da oposição contribuíram decisivamente para um entendimento confuso do papel da imprensa numa democracia, como a nossa, em construção. Ora os ataques reativos ao noticiário negativo beiraram a irresponsabilidade, ora o rito e as circunstâncias os obrigaram a reafirmar seus compromissos democráticos.
A campanha eleitoral praticamente ignorou um outro ponto importante, o da (alta) concentração dos meios de comunicação e seus corolários (como a democratização dos meios e a discussão regulamentação versus auto-regulamentação).
É um assunto que incomoda os veículos e os candidatos. Houve uma pergunta pertinente, em um dos debates, mas as respostas foram insatisfatórias, e o assunto morreu ali. Quanto mais clareza houver em relação a esta discussão, melhor para a imprensa e para a sociedade. Não é possível adiar o assunto indefinidamente.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ombudsma/om2910200601.htm
Que poder ainda resta aos tradicionais meios de comunicação (jornais, rádios, revistas e TVs) na formação da opinião pública e na opção eleitoral?
TERMINADA A CAMPANHA eleitoral, é de se imaginar que os ânimos arrefeçam e que, aos poucos, seja possível uma avaliação menos passional do papel da imprensa nesta eleição presidencial. Há questões que ficaram no ar a exigir de jornalistas, leitores, institutos de monitoramento e da academia, superadas as emoções, estudo e reflexão.
Uma primeira questão é a da influência: que poder ainda resta aos meios tradicionais (rádios, jornais, revistas e TVs) na formação da opinião pública e na opção eleitoral?
Os palpites oscilaram conforme o humor dos fregueses. Houve quem tenha visto nos meios os protagonistas de um golpe contra a reeleição do presidente Lula. E houve, não necessariamente outros, os que chegaram à conclusão de que os meios tradicionais já não têm qualquer importância. Amordaçá-los ou depreciá-los?
E a Internet e os blogs, que papel tiveram de fato? O jornalista Luís Nassif, por exemplo, avaliou que estas eleições marcaram "definitivamente o fim do poder absoluto da grande mídia sobre o mercado de opinião brasileiro". Será que havia antes um poder absoluto? E será que o poder que tinha realmente chegou ao fim?
A esperança é a de que, com um pouco de distanciamento, consigamos fugir dos extremos e seja possível entender que papel a imprensa está tendo e que erros e acertos cometeu.
O próprio presidente da República e os caciques da oposição contribuíram decisivamente para um entendimento confuso do papel da imprensa numa democracia, como a nossa, em construção. Ora os ataques reativos ao noticiário negativo beiraram a irresponsabilidade, ora o rito e as circunstâncias os obrigaram a reafirmar seus compromissos democráticos.
A campanha eleitoral praticamente ignorou um outro ponto importante, o da (alta) concentração dos meios de comunicação e seus corolários (como a democratização dos meios e a discussão regulamentação versus auto-regulamentação).
É um assunto que incomoda os veículos e os candidatos. Houve uma pergunta pertinente, em um dos debates, mas as respostas foram insatisfatórias, e o assunto morreu ali. Quanto mais clareza houver em relação a esta discussão, melhor para a imprensa e para a sociedade. Não é possível adiar o assunto indefinidamente.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ombudsma/om2910200601.htm
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