segunda-feira, maio 18, 2009

A Índia acabou de realizar eleições gerais

A Índia acabou de realizar eleições gerais


Leio na Internet que a Índia acabou de realizar suas eleições gerais. Algo próximo de 700 milhões de eleitores votaram. E o Partido do Congresso obteve a maioria das cadeiras do novo parlamento.


Pensar em eleições na Índia é uma coisa fascinante, porque fascinante é a própria Índia. Basta pensar nos números, começando por estes 700 milhões de eleitores. Pelo número de eleitores é de longe a maior democracia do planeta. Junte-se a isso 23 línguas oficiais, hindu e inglês as principais delas; a presença das principais religiões do mundo: além dos induísmo, jainismo, sikhismo, e budismo nativos, o islamismo e o cristianismo, além de um pequeno grupo judeu. Sem falar que o induísmo possui uma miríade de deuses, capazes de humilhar qualquer panteão politeísta no mundo.


Em qualquer estereótipo que nos mostre a Índia, a nós que não a conhecemos muito bem, aparecerão o colorido, o bagunçado e o sujo. E no entanto, no seu ritmo humano, a Índia vai funcionando.


Sendo que o Paquistão e o Bangladesh poderiam fazer parte da República da Índia. A secessão muçulmana criou um Paquistão dividido em um pedaço ocidental e outro oriental, sendo que este último se converteu em Bangladesh, em 1971, realizando nova secessão. A Índia Colonial Britânica abarcava tudo. Não à toa, o rio que corta o Paquistão é o “Indo”. É instigante pensar no que seria uma Índia que incluísse em sua população de cerca de 1,2 bilhão de habitantes, os 170 milhões do Paquistão e 150 milhões de Bangladesh.


De qualquer maneira, em termos políticos, me parece que as populações sob as secessões muçulmanas saiu perdendo politicamente, pois enquanto, bem ou mal, a Índia teve governos constitucionais desde a independência, em 1947. No Paquistão governos parlamentares e ditaduras militares se sucederam, sendo que o mais recente golpe (tomara que também o último) aconteceu em 1999, e o general-ditador de lá ficou no poder até 2008. No Bangladesh a instabilidade política durou de 1971 a 1991; desde então este país tem desfrutado de alguma estabilidade política.


Claro que talvez mantidas as populações muçulmanas dentro da República da Índia esta teria sido menos estável. Mas neste caso, tudo é especulação.


Certo mesmo é que em breve um novo gabinete, com o Partido do Congresso à frente, deve assumir o governo da República da Índia.

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