quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Israel está preparado para acolher 4 milhões de palestinos?



Esta é a pergunta que eu tenho me feito ultimamente, depois de constatar que se passaram mais de 15 anos dos acordos de Oslo, e que nesse tempo todo, praticamente nada foi adiante, a não ser a retirada de colonos da Faixa de Gaza ocupada, e o incremento da colonização judaica na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.


Como o massacre sobre Gaza em dezembro/2008 – janeiro/2009 demonstra que Israel quer manter um controle de fato sobre Gaza, dizendo o que pode ou não entrar na estreita faixa litorânea do Mediterrâneo, e como há cerca de 300.000 colonos na Cisjordânia, e 200.000 em Jerusalém Oriental (que, em tese, pertenceria à Palestina), parece que Israel de fato não quer abandonar estes territórios ocupados.


Assim parece que, também de fato, Israel está se preparando para acolher os 4 milhões de palestinos, que hoje vivem sob a mão de ferro da ocupação israelense. Ou seja, são as pessoas que hoje almejam a criação do Estado da Palestina, mas que Israel faz questão de adiar, postergar, … As últimas notícias que vi eram que o primeiro-ministro (demissionário) Ehud Olmert, quer que os assentamentos judaicos na Cisjordânia sejam mantidos e integrados ao território de Israel, e, em troca os palestinos receberiam terras ao sul de Israel. Ao sul é onde? No deserto do Neguev?


Se Israel, de novo digo, de fato não quer que o Estado da Palestina seja criado, pois boicota, também de fato, todas as iniciativas que poderiam levar à criação deste Estado nos últimos anos, deveria acolher os palestinos como cidadãos. Como fará isso? Não sei. Teríamos talvez 5 milhões de árabes e 7 ou 8 milhões de judeus dentro de Israel. Daria para manter um “estado judeu” assim, ainda mais com a população árabe crescendo a taxa de natalidade maior que a da população judaica?

Fusão das bandeiras de Israel e da Palestina feita com Picasa, a partir das bandeiras disponíveis na Wikipédia de Israel e Autoridade Palestina.


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4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

A questão da taxa de natalidade absurdamente superior dos palestinos sem dúvida nenhuma ainda trará algumas reviravoltas na região. Apesar de não me afetar diretamente, tenho um olho curioso, como todo qualquer observador social. Bom texto.

8:39 AM  
Blogger José Elesbán said...

Valeu.
Pela visita e pelo comentário. :)

10:11 PM  
Anonymous Anônimo said...

Zé, você já ouviu falar da "solução jordaniana" (a Jordânia assumiria o controle da região, frente a uma eventual impossibilidade de criação de um Estado palestino)?
Acho que está fora de questão que Israel absorva toda a população palestina.
Um abraço

11:18 AM  
Blogger José Elesbán said...

Olá, Leonardo.
Tens algo mais a dizer sobre esta "solução jordaniana"? Por esta lógica, a Faixa de Gaza seria anexada ao Egito, como acontecia até 1967? Não sei não. Pior é que já vi fofoca de que direitistas israelenses gostariam de ocupar a margem oriental do Jordão. Pois é, seria em busca de recursos hídricos.
Este meu "post" se baseia apenas na inação israelense em função dos palestinos. Bom, já que eles não querem sair dos territórios ocupados, bem pelo contrário, então que dêem direitos plenos aos palestinos.
Aliás, tempos atrás tu comentaste neste mesmo blog que achavas a solução de um estado bi-nacional atraente. Mudaste de opinião, ou continuas com ela, e apenas achas impossível que Israel acolha os palestinos?

3:24 AM  

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