PEC contra o trabalho escravo
PEC contra o trabalho escravo
A Wal-Mart do Brasil esteve apoiando a Proposta de Emenda Constitucional - PEC 438/2001, que determina a desapropriação de propriedades rurais onde forem encontrados trabalhadores em situação de escravidão, ou análoga à escravidão, sem indenização aos proprietários, e encaminhamento destas propriedades para reforma agrária. Cartazes na loja pediam assinaturas de apoio à PEC, e informavam que este apoio era em conjunto com o Instituto Ethos, e a agência de notícias Repórter Brasil.
A coisa aparentemente soa estranha, porque vez por outra nos chegam notícias que a rede Wal-Mart, em suas lojas nos Estados Unidos, além de oferecer produtos a preços baixos, também tem a política de praticar salários baixos, e dificultar a atividade sindical entre seus funcionários. Mas possivelmente uma coisa seja a situação e a atuação da rede nos Estados Unidos, e outra a atuação aqui no Brasil. Talvez aqui no Brasil, os salários já sejam em média tão baixos que a rede não precise praticar achatamento de salários, e repressão de sindicalistas.
Fato é que já ouvi relatos que o tratamento aos funcionários melhorou depois que a rede Wal-Mart comprou do grupo português Sonae a rede de supermercados Nacional e Big aqui no Rio Grande do Sul.
Pois ontem, quarta-feira, dia 13 de agosto, estive em uma loja da rede Nacional, e após realizar algumas compras, perguntei a uma das supervisoras de caixa da loja, onde eu deveria me dirigir para assinar. Meio surpresa, a senhora me perguntou “assinar o quê?”. E eu falei que queria assinar o abaixo-assinado referido no cartaz na entrada da loja. Ela continuou surpresa (para minha surpresa): “que cartaz?”. Eu apontei o cartaz que informava que o Wal-Mart estava recolhendo assinaturas de apoio à PEC 438, contra o trabalho escravo. Após aquela expressão de “Ah!”, sinalizando que finalmente havia entendido a minha intenção, a senhora me pediu para aguardar um minuto, que ela iria verificar.
Mais de um minuto se passou até que ela conseguisse descobrir quem estava encarregado do tal abaixo-assinado, e onde estavam as folhas para a coleta de assinaturas. Eu não contei, mas arriscaria algo como entre 5 a 10 minutos de espera. Encontrado o abaixo-assinado, pude colocar ali meus dados, e, obviamente, minha assinatura. Mas não pude deixar de achar estranho o aparente despreparo, ou desinteresse, de uma funcionária da rede com algo que eu achava muito importante.
Hoje, dia 14, voltei à loja para comprar mais algumas coisas (a gente sempre esquece algo!). Surpreendido, vi que o cartaz pedindo assinaturas de apoio à PEC havia sumido da parede próxima à entrada da loja.
Marcadores: Brasil, direitos do trabalhador, escravidão, relações de trabalho, Wal-Mart
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home