Árabe Muçulmano é Nomeado Ministro no Gabinete de Governo de Israel
A notícia é do Correio do Povo desta segunda-feira, dia 29 de janeiro.
O deputado Ghaleb Majadleh, do Partido Trabalhista, mesmo partido do ministro da Defesa, Amir Peretz. Ghaleb Majadleh é árabe, muçulmano e cidadão isralense, e é o primeiro árabe israelense presente no ministério desde a fundação do Estado de Israel, em 1948. Ele foi nomeado para um ministério sem pasta.
Há duas lições aqui.
Uma, o Estado de Israel tenta se afastar do rótulo de racista, que seus adversários tentam lhe impor. Alguns comentaristas mais radicais chegam ao ponto de dizer que o Estado de Israel seja fascista, e mesmo nazista. Não creio que seja o caso. Embora seja necessário admitir que exista uma democracia para os territórios reconhecidos de Israel, e um estado de sítio de fato, para os territórios ocupados, como é o caso da Cisjordânia, onde existem dezenas de colônias israelenses em território que deveria ser palestino.
A verdade é que Israel enfrenta uma situação difícil devido ao seu próprio caráter judeu. Quando o jornalista judeu-suíço, Theodor Herzl, cobriu o caso Dreyfuss na França, no final do século XIX, chegou à conclusão que o anti-semitismo estava de tal maneira enraizado na Europa, que só restava aos judeus buscarem uma pátria para si próprios. E assim, o moderno movimento sionista começou a incentivar a volta dos judeus para a Palestina, primeiro província turca, depois sob protetorado britânico. Como já havia gente ali, no caso so árabes palestinos, os choques começaram a acontecer. E os judeus começaram a constituir guerrilhas e milícias para defender o que consideravam seus direitos. Foram inclusive cometidos atentados terroristas contra a autoridade britânica. E nacionalistas judeus foram enforcados. Mas, afinal, em 1948, foi constituído o Estado de Israel, e este Estado se constituiu em torno de uma certa identidade judaica, fosse isso o que pudesse significar. Pois o que significa ser judeu? Ter a religião dada por Moisés? Mas muitos dos fundadores do Estado de Israel eram socialistas ateus ou agnósticos, logo não professavam religião. Por outro lado, muitos judeus piedosos não reconhecem o Estado de Israel, que é laico (embora sua administração tenha muita influência religiosa), e, portanto, ímpio. É por causa desta identidade judaica que o ex-primeiro-ministro Ariel Sharon decidiu desmontar as colônias na Faixa de Gaza, e desocupar a região, e tendia a desmontar as colônias mais difíceis de serem defendidas na Cisjordânia, antes que dois acidentes vasculares-cerebrais o pusessem em coma. Anteriormente, diz-se que ele pretendia simplesmente anexar os territórios ocupados à Israel, mas percebeu que a taxa de natalidade dos palestinos poderia fazer com que os judeus acabassem se tornando minoria no Estado de Israel.
Mas é por causa deste caráter judeu do Estado de Israel que o país tem sido chamado de racista. Um ministro árabe no gabinete visa em parte a amenizar estas críticas. A notícia no Correio do Povo adiciona que a nomeação de Majadleh é "uma decisão histórica em favor da igualdade e da paz na região."
A segunda lição é que política é uma maneira de tentar negociar para acomodar interesses contraditórios dentro das sociedades. O senhor Majadleh é nomeado para um ministério sem pasta. Sua nomeação é uma maneira de indicar que o Estado de Israel está tentando dar mais direitos a suas próprias minorias. O que para este blogueiro, significa, que não faz sentido quando alguns comentaristas políticos dizem que o governo Lula, aqui no Brasil, tem ministérios demais. Aqui, como em Israel, os ministérios são formas de acomodar as forças políticas que apóiam o governo.
O deputado Ghaleb Majadleh, do Partido Trabalhista, mesmo partido do ministro da Defesa, Amir Peretz. Ghaleb Majadleh é árabe, muçulmano e cidadão isralense, e é o primeiro árabe israelense presente no ministério desde a fundação do Estado de Israel, em 1948. Ele foi nomeado para um ministério sem pasta.
Há duas lições aqui.
Uma, o Estado de Israel tenta se afastar do rótulo de racista, que seus adversários tentam lhe impor. Alguns comentaristas mais radicais chegam ao ponto de dizer que o Estado de Israel seja fascista, e mesmo nazista. Não creio que seja o caso. Embora seja necessário admitir que exista uma democracia para os territórios reconhecidos de Israel, e um estado de sítio de fato, para os territórios ocupados, como é o caso da Cisjordânia, onde existem dezenas de colônias israelenses em território que deveria ser palestino.
A verdade é que Israel enfrenta uma situação difícil devido ao seu próprio caráter judeu. Quando o jornalista judeu-suíço, Theodor Herzl, cobriu o caso Dreyfuss na França, no final do século XIX, chegou à conclusão que o anti-semitismo estava de tal maneira enraizado na Europa, que só restava aos judeus buscarem uma pátria para si próprios. E assim, o moderno movimento sionista começou a incentivar a volta dos judeus para a Palestina, primeiro província turca, depois sob protetorado britânico. Como já havia gente ali, no caso so árabes palestinos, os choques começaram a acontecer. E os judeus começaram a constituir guerrilhas e milícias para defender o que consideravam seus direitos. Foram inclusive cometidos atentados terroristas contra a autoridade britânica. E nacionalistas judeus foram enforcados. Mas, afinal, em 1948, foi constituído o Estado de Israel, e este Estado se constituiu em torno de uma certa identidade judaica, fosse isso o que pudesse significar. Pois o que significa ser judeu? Ter a religião dada por Moisés? Mas muitos dos fundadores do Estado de Israel eram socialistas ateus ou agnósticos, logo não professavam religião. Por outro lado, muitos judeus piedosos não reconhecem o Estado de Israel, que é laico (embora sua administração tenha muita influência religiosa), e, portanto, ímpio. É por causa desta identidade judaica que o ex-primeiro-ministro Ariel Sharon decidiu desmontar as colônias na Faixa de Gaza, e desocupar a região, e tendia a desmontar as colônias mais difíceis de serem defendidas na Cisjordânia, antes que dois acidentes vasculares-cerebrais o pusessem em coma. Anteriormente, diz-se que ele pretendia simplesmente anexar os territórios ocupados à Israel, mas percebeu que a taxa de natalidade dos palestinos poderia fazer com que os judeus acabassem se tornando minoria no Estado de Israel.
Mas é por causa deste caráter judeu do Estado de Israel que o país tem sido chamado de racista. Um ministro árabe no gabinete visa em parte a amenizar estas críticas. A notícia no Correio do Povo adiciona que a nomeação de Majadleh é "uma decisão histórica em favor da igualdade e da paz na região."
A segunda lição é que política é uma maneira de tentar negociar para acomodar interesses contraditórios dentro das sociedades. O senhor Majadleh é nomeado para um ministério sem pasta. Sua nomeação é uma maneira de indicar que o Estado de Israel está tentando dar mais direitos a suas próprias minorias. O que para este blogueiro, significa, que não faz sentido quando alguns comentaristas políticos dizem que o governo Lula, aqui no Brasil, tem ministérios demais. Aqui, como em Israel, os ministérios são formas de acomodar as forças políticas que apóiam o governo.
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