terça-feira, dezembro 19, 2006

Procergs

O texto já é antigo, de 2004, mas permanece atual, haja visto a fúria privatizatória do vice-governador eleito, Paulo Feijó. Na época da entrevista, o Sr. Paulo Feijó ainda era presidente da Federasul, e havia feito um discurso forte conclamando à privatização das empresas pública do estado do Rio Grande do Sul, inclusive tendo ofendido o presidente do Banrisul, Fernando Lemos. É uma entrevista com Ronei Ferrigolo, diretor de desenvolvimento da Procergs, onde ele ressalta seu papel na estatal de tecnologia da informação do estado, e oferece contra-argumentos à privatização. As pergunta e resposta abaixo encerram a entrevista, mas vale a pena ler a entrevista completa no sítio do Baguete.

Baguete - Digamos que todos os seus argumentos fossem vencidos pela decisão deste governador ou de um próximo e a Procergs fosse vendida, conforme sugere o presidente da Federasul, Paulo Afonso Feijó. Quais as conseqüências para o Estado e para a população?

Ronei Ferrigolo - Creio que em médio prazo teríamos uma fuga das informações e conhecimento aprofundado do que seja esta essência estatal referida na resposta anterior para as secretarias. Por exemplo, quando em 1997 abriu-se edital para a venda da Companhia, o Tribunal de Justiça passou a ver a necessidade de levar os dados do Judiciário para dentro do próprio TJ, criando assim sua própria estrutura. Hoje, sete anos depois, temos uma grande (e bem administrada pelo Eduardo Arruda, diga-se de passagem) estrutura de TIC naquele órgão.
O que ocorreria caso a Procergs fosse privatizada, em minha opinião, é que a Secretaria da Fazenda e todas as outras secretarias fariam movimento semelhante, criando processos redundantes, falta de economia de escala, dificuldade de interoperabilidade e, talvez, alguma descontinuidade de serviços aqui ou ali. No longo prazo, não sei concluir quais as conseqüências, pois a alternância de poder às vezes cria contramarchas neste processo. Provavelmente, em algum ponto voltaríamos a ter a idéia de "por que não juntamos todas estas pessoas de TIC em um único lugar?" "Poderíamos chamar esta área de CPED (Centro Estadual de Processamento de Dados), e voltaríamos a 1971" (Nota do Autor, a pedido: Para quem não sabe, em 1972, o CPED foi transformado em Procergs.).


O texto completo em: http://www.baguete.com.br/entrevista.php?id=84