quinta-feira, julho 16, 2009

A empreitada das armas

A empreitada das armas

OS INDÍCIOS DE manobras do Ministério da Defesa para forçar determinada escolha dos novos caças da FAB estão acompanhados, agora, da revelação de que o ministro Nelson Jobim, na França, inicia a compra de quatro submarinos e um casco por preço dez vezes maior do que outra oferta, de submarinos mais qualificados. E cujo pacote, como negócio e tecnologia, é mais adequado à Marinha brasileira.
A revelação de José Meirelles Passos, repórter consagrado por muitos anos de excelente trabalho para o "Globo" nos Estados Unidos, inclui duas exigências da vendedora francesa mas tipicamente brasileiras: a construção de uma base naval para os submarinos superados, não reivindicada pela Marinha, e a entrega da obra à empreiteira Norberto Odebrecht. Já se sabe, portanto, quem induziu o negócio escorchante no Brasil e, conhecidos os processos das empreiteiras, como foi conquistado.
Também fica compreendida uma providência: a licitação pública foi relegada.
Os submarinos da classe francesa Skorpène foram comprados por apenas dois países: Chile e Malásia, que explicam as três únicas unidades dadas como ativas no mundo. Nem a própria França os utiliza. Em contrapartida, a Marinha brasileira, com quadros técnicos formados na Alemanha, já comprovou sua capacitação tecnológica na construção de quatro submarinos com projeto alemão (são os atuais Tamoio, Tapajó, Timbira e Tikuna), mais atualizados do que o Skorpène.
Assim como na FAB há reservas à compra do caça francês Rafale, na Marinha há reservas ao amplo negócio em torno dos também franceses Skorpène. Os negócios foram articulados por Nelson Jobim e Mangabeira Unger, que para isso chegaram a viajar juntos.

Trecho da coluna de Jânio de Freitas, na Folha de São Paulo, de 14 de julho de 2009.

Comentário: o rearmamento de nossas forças armadas está dando o que falar. De fato, parece que já tínhamos encaminhado a produção de submarinos para a Marinha com tecnologia alemã. Agora temos esta notícia dos submarinos franceses.

Com relação aos novos aviões militares, havia quem dissesse que para um país com extensão continental como o Brasil, bons mesmo seriam os aviões Sukhoi russos, mas parece que o que vem mesmo são os Rafale franceses.

Vai ver que são os antigos laços de amizade entre o Brasil e a França, afinal na primeira metade do século XX recebemos uma missão militar francesa para colaborar na formação de nossos oficiais, e na década de 1970 o Brasil comprou diversos aviões Mirage.


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