terça-feira, janeiro 02, 2007

Primeiro de Janeiro

Primeiro de Janeiro de 2007. De tarde.
O rádio se esforça para noticiar simultaneamente as posses dos governos federal e estadual.
No nível federal, o presidente é reempossado.
No nível estadual, uma nova governadora se apresenta. Em se tratando de Rio Grande do Sul, temos pela primeira vez uma mulher no governo do estado. Talvez isso seja uma evolução. Pelo menos, as meninas poderão dizer que não são apenas homens que governam o estado. Aliás, contrariando o Barão de Itararé, que dizia que "de onde menos se espera, daí mesmo é que não sai nada", é mais uma surpresa, do Rio Grande do Sul. Yeda Crusius não é sucessora do pai, como Roseana Sarney, ou do marido, como Rosinha Garotinho. Não conheço a realidade da governadora do Rio Grande do Norte, Wilma Farias. Ah sim, a ex-senadora Ana Júlia Carepa também é governadora do Pará por méritos próprios. Para lembrar: a primeira miss Brasil negra, Deise Nunes, se não me engano em 1986, é gaúcha. E Daiane dos Santos, primeira ginasta olímpica brasileira negra (talvez primeira medalhista mundial negra) também é gaúcha. Curiosidades do Rio Grande do Sul.
Novos anos são para trazer esperança e renovação.
Espero que os novos mandatos também o sejam.
Na verdade, já me senti feliz por estarmos votando para eleger governadores ininterruptamente há 24 anos, e para eleger presidentes há 17 anos. É uma normalidade institucional que nunca aconteceu no Brasil antes. Lembrando: no Império, o voto era censitário, pouquíssimas pessoas votavam e podiam ser eleitas, e o Imperador possuía um Poder Moderador; na chamada república velha (1889-1930), ainda muito poucas pessoas podiam votar, imensa parcela da população era analfabeta, e o voto dos analfabetos não era permitido. No primeiro governo Vargas (1930-1945), tivemos quatro anos de "governo provisório", e então mais três constitucionais (1934-1937) onde ocorreram golpes, e tentativas de golpes, e, por fim, o golpe do Estado Novo, que estabeleceu 8 anos de ditadura propriamente dita (1937-1945). Na nossa "república liberal" (1946-1964) tivemos 4 presidentes eleitos, e destes, só dois conseguiram transmitir o cargo ao sucessor, com alguns golpes e algumas tentativas de golpes, sendo que, afinal, um golpe de estado nos impediu de elegermos presidentes por 27 anos. O primeiro presidente eleito pelo voto direto após o ciclo militar foi Collor de Mello, que sofreu impeachment em 1992. De qualquer maneira, o vice-presidente o sucedeu. E FHC foi eleito em 1994, e reeleito em 1998. Por fim temos Lula, em 2002, e mais Lula agora em 2006.
Tomara que ele consiga passar a faixa ao sucessor!