terça-feira, janeiro 20, 2009

Qatar e Mauritânia rompem relações com Israel

Qatar e Mauritânia anunciam ruptura com governo israelense

DA REDAÇÃO

O Qatar e a Mauritânia, entre os raros países árabes que mantêm contatos diplomáticos formais com Israel, anunciaram ontem o "congelamento" de suas relações com o Estado hebraico em protesto contra a ofensiva na faixa de Gaza.
O Qatar, um país pequeno que aposta no poder econômico para se tornar uma potência diplomática, mantinha relações comerciais formais com Israel como forma de se legitimar como mediador no conflito com os palestinos.
Já a Mauritânia, país pobre do oeste da África, abrigava uma representação de Israel para poder se beneficiar de ajuda econômica israelense.
Jordânia e Egito são os únicos países árabes que mantêm embaixadas plenas em Israel.
A ruptura com o Estado judaico foi anunciada durante uma cúpula sobre a crise em Gaza que evidenciou o profundo racha entre governos árabes favoráveis a uma posição mais firme contra Israel e aliados dos EUA coniventes com o objetivo de enfraquecer o Hamas.
Convocado pelo governo qatariano para aumentar a pressão sobre Israel e dar uma resposta à revolta da opinião pública da região, o encontro foi boicotado pelas principais potências árabes aliadas dos EUA.
Países como Egito e Arábia Saudita, que querem enfraquecer o Hamas por considerar o grupo como instrumento geopolítico do rival Irã, planejam encontro rival sobre Gaza amanhã -para dar tempo a Israel de seguir atacando o Hamas.
O principal líder árabe no encontro de Doha foi o ditador da Síria, Bashar Assad. Ele disse que o ataque a Gaza "matou" a proposta apresentada pela Arábia Saudita em 2002, pela qual os países árabes ofereciam paz a Israel em troca da retirada dos territórios ocupados na Guerra do Seis Dias, em 1967.
Esvaziada de outros grandes líderes árabes, a cúpula de Doha acabou atraindo representantes de vários governos não árabes, entre eles o iraniano Mahmoud Ahmadinejad.
O líder do Hamas Khaled Meshaal também foi a Doha.

Com agências internacionais

Texto da Folha de São Paulo, de 17 de janeiro de 2009.

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