sábado, outubro 20, 2007

Benazir Bhutto Recebida com Fogos em Karachi

A ex-primeira-ministra do Paquistão foi recebida com fogos ontem ao chegar a seu país, após um exílio iniciado quando o general Musharraf deu o golpe de estado que lhe permitiu governar o país, a partir de 1999.
Brincadeiras a parte, o Paquistão é um país em ebulição, uma autêntica panela de pressão, e isso não é de hoje. Mas a pressão parece que tem aumentado desde os atentados contra os Estados Unidos, em 2001, e a retaliação deste país, invadindo o Afeganistão no final daquele ano. O atentado contra a ex-primeira-ministra é mais um capítulo da violência política do Paquistão, país que nasceu da reivindicação de alguns líderes islâmicos da criação de um estado islâmico para os muçulmanos que viviam na então colônia britânica da Índia. Esta reivindicação levou a massacres, e ao deslocamento de milhões de homens e mulheres no subcontinente indiano, quando os britânicos foram embora. Desde então Paquistão e Índia já estiveram em guerra aberta três vezes. Nos anos 1980, com a ajuda dos Estados Unidos, o serviço secreto paquistanês ajudou a combater a ocupação soviética no Afeganistão, treinando guerrilheiros e fornecendo apoio logístico. Quando os soviéticos abandonaram o Afeganistão e o país entrou em uma guerra civil generalizada, o mesmo serviço secreto paquistanês fortaleceu o Taleban, até que este prevalecesse sobre quase todo o Afeganistão. De quebra, na década de 1990, o Paquistão ainda explodiu uma bomba atômica, o que lhe valeu embargo econômico por parte dos Estados Unidos até 2001 (levantado também por conta da invasão do Afeganistão).
Desde a sua fundação, o Paquistão tem alternado entre governos parlamentares civis, que são acusados de corrupção e depostos por militares. O atual presidente, o general Musharraf chegou ao poder depondo o ex-primeiro-ministro Narwaz Sharif, que permanece exilado. Benazir Bhutto é filha de Ali Bhutto, primeiro-ministro que foi deposto e enforcado pelo general Zia Ul-Haq, que tomou o poder nos anos 1970. O general Zia Ul-Haq morreu na queda de seu helicóptero...
País explosivo! Faz tempo.

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